Casual

Esqueça por um momento a nova geração do tênis. Por que você deve assistir aos veteranos

Novak Djokovic, Stan Wawrinka e Gael Monfils fizeram história no tênis e ainda proporcionam espetáculo nas quadras, mas estão bem perto da aposentadoria

Novak Djokovic na Australian Open de 2025: em busca de mais um título (Hannah Peters/Getty Images)

Novak Djokovic na Australian Open de 2025: em busca de mais um título (Hannah Peters/Getty Images)

Ivan Padilla
Ivan Padilla

Editor de Casual e Especiais

Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 07h30.

Última atualização em 15 de fevereiro de 2025 às 08h16.

Tudo sobreTênis (esporte)
Saiba mais

Tomei uma resolução no fim do ano, juntamente com as metas de sempre de comer melhor e fazer mais exercício. Prometi a mim que, sempre que tiver chance, vou assistir aos jogos dos veteranos do tênis. Não apenas às partidas das jovens promessas, das sensações dos torneios, dos cabeças de chave, que ainda têm perna para ir atrás de todas as bolas.

Estou falando daqueles jogadores que não devem demorar a pendurar a raquete, que apreenderam a guardar energia para o momento certo, com muita paciência para as longas trocas de bola.

A razão é autoexplicativa. Em breve estaremos privados de ver o estilo elegante do suíço Stan Wawrinka, a força mental de ciborgue do sérvio Novak Djokovic, os malabarismos do francês Gael Monfils, todos já bem próximos dos 40 anos.

Djokovic, recuperando-se de uma lesão, confirmou a participação no ATP 500 de Doha, a partir de 17 de fevereiro, assim como Monfils. Wawrinka, em má posição no ranking, depende de convites para participar dos principais campeonatos.

Djokovic quer mais um título

Claramente nenhum dos três jogadores está em seu auge. Nem mesmo Djoko, que amarga um sétimo lugar no ranking, posição excepcional para a imensa maioria dos tenistas do mundo – mas não para ele, um dos Big Three, para muitos o GOAT, o recordista no tênis masculino em torneios de Grand Slam, com 24 troféus.

O sérvio talvez seja o único entre os veteranos que ainda nutre alguma ambição nas quadras, que sonha em levantar os últimos troféus de sua carreira. Com mais um ele chegará à simbólica marca dos 100. É o que ele quer, é o que ele diz que quer. Seria um encerramento de trajetória com muito mais pompa do que os anúncios de aposentadorias de seus eternos rivais Rafael Nadal e Roger Federer.

Federer tem mais títulos na carreira, 103 no total. Empatar essa marca, para Djoko, significaria vencer quatro campeonatos. Difícil. No ano passado, o sérvio participou de 12 competições. Só venceu uma, a tão esperada final olímpica. Este ano a expectativa é jogar até menos campeonatos. Em janeiro, ele abandonou o Australian Open na semifinal contra Alexander Zverev devido a uma lesão na coxa esquerda.

Por isso não quero perder nenhum jogo do sérvio. Sempre pode ser o último. Certamente será um dos últimos. O mesmo sobre o Monfils, hoje na 33ª posição do ranking. O francês é uma espécie de Ronaldinho Gaúcho das quadras, um showman, um jogador muito talentoso, mas nem sempre o mais vencedor.

O sonho de Monfils está fora das quadras

Os vídeos que circulam de Monfils dançando são contagiantes. Ele faz aqueles passos parecerem fáceis. Se você ainda não viu, dê uma busca no YouTube. Como na comemoração da vitória sobre Taylor Fritz, número quatro do mundo, na terceira rodada do Australian Open.

Depois daquela vitória, na coletiva de imprensa, um jornalista perguntou a ele se achava que poderia vencer o torneio. Sua resposta: “Vencer? Não, não. Esse não é o meu sonho. Talvez seja o seu. Tênis é legal. Mas meu sonho é envelhecer com um monte de filhos. Meus sonhos estão fora daqui.”

Wawrinka, hoje abaixo dos 150 do ranking, conseguiu a proeza de vencer um Grand Slam na era dos Big Three. Um, não. Três. Nos confrontos com Djoko, o suíço perde de 21 a 6. Mas justamente nas duas finais de Slam em que se enfrentaram, Wawrinka venceu, na final de Roland Garros em 2015 e na do US Open do ano seguinte.

O backhand de uma mão de Wawrinka

Em 2017, Wawrinka ganhou de Nadal no quintal de sua casa, o saibro de Roland Garros. Ainda assim, modesto, diz estar um degrau abaixo de Andy Murray, também vencedor de três Grand Slam, também um competidor na era dos Big Three.

Em Federer, ele diz ver um irmão mais velho. O suíço se diz um privilegiado, e não um azarado, de ter sido contemporâneo das três lendas do tênis. “Fui o tenista que mais treinou com eles, que mais aprendeu com eles”, disse em uma entrevista.

Wawrinka costumava comemorar as vitórias apontando o dedo para a cabeça, um sinal de que o seu lado mental estava em dia. Nem sempre esteve. Das 31 finais que disputou, ganhou 16 títulos.

Que ninguém me entenda mal. Acho que Carlos Alcaraz pode se tornar o melhor jogador que já surgiu, Jannik Sinner é uma máquina de tão regular, torço muito pelo carioca João Fonseca. Isso para ficar apenas no tênis masculino. Mas sentirei muita falta do backhand de uma mão só de Wawrinka.

Acompanhe tudo sobre:Tênis (esporte)

Mais de Casual

Quanto custa viajar para Londres?

Reserva investe R$ 10 milhões e relança plataforma de customização de peças

Restaurante nos EUA serve prato indiano que leva 37 ingredientes, e nenhum é carne

Agenda cultural em São Paulo: shows, festas e exposições para o fim de semana