Repórter
Publicado em 18 de novembro de 2025 às 20h17.
Última atualização em 18 de novembro de 2025 às 20h30.
O Congresso dos Estados Unidos aprovou, nesta terça-feira, 18, a abertura total dos arquivos relacionados ao caso do empresário Jeffrey Epstein. A medida teve apoio expressivo entre parlamentares e agora aguarda a sanção presidencial.
Mais cedo, na Câmara dos Representantes, o projeto obteve 427 votos favoráveis e apenas um contrário, segundo a agência Reuters. No mesmo dia, o texto foi encaminhado ao Senado, onde passou automaticamente após uma moção apresentada por Chuck Schumer, senador democrata e líder da minoria.
Com a aprovação legislativa, a proposta segue para a análise do presidente Donald Trump. O republicano já havia indicado publicamente que sancionaria a medida caso fosse aprovada pelo Congresso.
A aprovação do projeto representa um revés político para Trump, que anteriormente se opunha à liberação dos documentos. A posição marca uma mudança em relação a uma de suas promessas de campanha. Neste domingo, Trump alterou seu posicionamento após não obter apoio suficiente entre republicanos para barrar a proposta e passou a endossar a abertura dos arquivos.
Os documentos reúnem provas colhidas ao longo das investigações envolvendo Jeffrey Epstein, empresário norte-americano com conexões com figuras públicas como políticos, celebridades e executivos de alto escalão. Epstein era conhecido por sua proximidade com Trump
O empresário foi acusado de abusar sexualmente de mais de 250 meninas menores de idade e de liderar uma rede de exploração sexual. Preso em julho de 2019, Epstein morreu cerca de um mês depois, em circunstâncias que as autoridades classificaram como suicídio em sua cela.
A decisão do Congresso também marca um ponto de inflexão em uma das principais controvérsias do segundo mandato de Donald Trump. Durante a campanha eleitoral, Trump foi um dos principais defensores da abertura dos arquivos, alegando que os documentos poderiam comprometer integrantes do Partido Democrata.
Após tomar posse, no entanto, o presidente passou a adotar um posicionamento diferente. Nas últimas semanas, criticou publicamente os defensores da liberação dos documentos, chegando a chamar de “fracos e tolos” os parlamentares republicanos que apoiavam a medida.
Em uma publicação nas redes sociais, feita poucos dias após as declarações, Trump afirmou que não se importava com o caso e que seria hora de “seguir em frente dessa farsa dos democratas”.
"Ninguém se importava com Jeffrey Epstein quando ele estava vivo e, se os Democratas tivessem qualquer coisa, teriam divulgado antes da nossa vitória eleitoral", disse o republicano.