Economia

Cepal: Pobreza deve cair a 26,8% da população na América Latina, nível mais baixo desde 1990

Previsão indica redução de 0,5 ponto percentual na taxa em comparação com ano passado, mas ainda vai afetar 170 milhões de latino-americanos

 170 milhões de latino-americanos continuarão vivendo em situação de pobreza em 2024, segundo a Cepal (Thinkstock/Thinkstock)

170 milhões de latino-americanos continuarão vivendo em situação de pobreza em 2024, segundo a Cepal (Thinkstock/Thinkstock)

Agência o Globo
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Publicado em 12 de novembro de 2024 às 22h25.

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A taxa de pobreza na América Latina deverá reduzir em 0,5 ponto percentual em 2024 em comparação com o ano anterior, alcançando 26,8% da população regional — o nível mais baixo registrado desde 1990, de acordo com a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Ainda assim, a pobreza afetará 170 milhões de latino-americanos em 2024. Desse total, 66 milhões vivem em extrema pobreza, representando 10,4% da população cuja renda é insuficiente para cobrir as necessidades básicas, conforme detalha o relatório da Cepal no documento "Panorama Social da América Latina e do Caribe 2024", divulgado nesta terça-feira durante uma coletiva de imprensa.

Avanço significativo em 24 anos

Apesar da redução em relação a 2023 (27,3%), “a América Latina mostrou um progresso lento na redução da pobreza nos últimos dez anos”, acrescenta o relatório.

De 1990 a 2014, a pobreza caiu consistentemente na América Latina, passando de 51,2% para 27,7%. “Mas sua redução foi atenuada desde então e aumentou com a pandemia”, afirmou o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs.

Principais fatores para a lenta redução da pobreza

Segundo a agência, que é uma divisão das Nações Unidas, a lenta diminuição da pobreza é resultado da baixa capacidade de crescimento das economias regionais e de fatores como alta desigualdade, baixa mobilidade social e fraca coesão social.

Para 2023, espera-se um crescimento de 1,8% para os países latino-americanos, refletindo uma trajetória de baixo crescimento econômico devido à inflação elevada e às taxas de juros globais que permanecem altas.

Em 2023, a pobreza regional foi reduzida em 1,5 ponto percentual comparado ao ano anterior (28,8%), principalmente devido à melhora dos índices no Brasil. “O número de pessoas que escaparam da pobreza no Brasil representa 80% da variação do índice em toda a América Latina”, afirma o relatório.

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