Economia

Brasil é tímido na taxação de setores como bets e bebidas, diz Haddad

O ministro defendeu que parte da Medida Provisória (MP) que ampliava a tributação sobre sites de apostas, as "bets", e letras de crédito volte a ser discutida no Congresso

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 14 de outubro de 2025 às 12h24.

Última atualização em 14 de outubro de 2025 às 12h25.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira, 14, que o Brasil é tímido na sobretaxação de setores como apostas, bebidas e tabaco, em comparação com outros países.

"Ninguém acha injusto sobretaxar o cigarro. Ninguém acha injusto sobretaxar a bebida. No mundo inteiro é assim. Setores que produzem muita externalidade negativa para a sociedade são sobretaxados. O Brasil é até tímido. Em alguns países, é até inacessível", afirmou o ministro em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Haddad afirmou que a forma de lidar com o tabagismo, alcoolismo e dependência psicológica não é necessariamente proibir essas atividades, mas garantir que os setores contribuam para os efeitos colaterais que podem gerar, incluindo as apostas.

"Embora no caso das apostas, nós tenhamos tecnologia para, se essa queda de braço continuar, ir para um embate mais firme com o setor, que teve uma participação desastrosa nos debates da Câmara. Eles têm que dar uma contribuição para os efeitos colaterais que podem gerar dependência. Isso não é demonizar, é dar nome à coisa", disse.

Aceno de parlamentares para volta da MP sobre bets e letras de crédito

O ministro defendeu que parte da Medida Provisória (MP), que caducou após falta de votação na Câmara dos Deputados, volte a ser discutida no Congresso.

Haddad disse que recebeu "acenos de parlamentares para corrigir o que aconteceu". A MP alternativa ao IOF ampliava a tributação sobre sites de apostas, as "bets", e letras de crédito, entre outras medidas.

"Estamos aguardando a volta do presidente da República hoje. Amanhã devemos começar a trabalhar o tema. Mas já recebi de vários parlamentares acenos no sentido de corrigir o que aconteceu", afirmou.

O chefe da Fazenda disse ainda que deve debater o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira.

"Eu acredito que daqui para o final do ano vai haver uma compreensão de que temos um orçamento encaminhado com alguns pressupostos, e a MP alternativa ao IOF era um pressuposto importante, porque ela era muito justa, inclusive em relação aos títulos isentos", disse.

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