(Amazon Prime Video/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 6 de novembro de 2025 às 10h07.
A estreia de “Tremembé”, nova série brasileira da Amazon Prime Video, reacendeu o interesse por personagens envolvidos em crimes que marcaram o noticiário nacional.
Lançada na última sexta-feira, 31, a produção dramatiza o cotidiano de detentos “famosos” do presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, entre eles Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga e os irmãos Cravinhos.
Baseada em livros do jornalista Ullisses Campbell, a série mistura relatos reais e elementos ficcionais para revelar bastidores do sistema prisional.
Mas antes mesmo da estreia, Cristian Cravinhos, condenado pelo assassinato dos pais de Suzane von Richthofen, já mantinha uma disputa judicial com a plataforma.
Ele moveu uma ação contra a Amazon Prime Video e a produtora Medialand, pedindo R$ 50 mil de indenização por danos morais e uso indevido de imagem na série documental “Investigação Criminal”, que reconstituiu o assassinato dos pais de Suzane, em 2002.
Cravinhos alegou que as empresas haviam utilizado suas fotos sem autorização e invocou o chamado “direito ao esquecimento”, defendendo que já cumpriu sua pena e tem direito de seguir a vida sem ser constantemente associado ao crime. No processo, a defesa afirmou que as empresas “lucram às custas de pessoas que sofrem com essas desgraças”, segundo reportagem da Veja São Paulo.
O Tribunal de Justiça de São Paulo, porém, negou o pedido. O desembargador Penna Machado, relator do caso, entendeu que não houve dano à imagem de Cravinhos ou a sua dignidade. Ele lembrou também que os materiais exibidos foram obtidos junto à imprensa ou nos autos do processo judicial.
“Não houve demonstração de ofensas pelas empresas requeridas, capaz de denegrir a imagem do autor, dado o interesse público evidenciado e predominante na espécie”, afirmou na decisão, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo.
Com o processo arquivado, a Amazon redobrou o cuidado jurídico ao produzir “Tremembé”. Segundo a Folha de S.Paulo, um corpo de advogados auxiliou os roteiristas para evitar excessos na dramatização de histórias reais.