Ciência

Além de espantar o sono, a cafeína pode ajudar na perda de peso; entenda

Estudos ligam o consumo de café e outros estimulantes ao emagrecimento, à redução de gordura e a mais energia nos treinos

A ciência começa a explicar por que o café virou aliado não só de quem busca energia, mas também de quem quer emagrecer com saúde (Freepik)

A ciência começa a explicar por que o café virou aliado não só de quem busca energia, mas também de quem quer emagrecer com saúde (Freepik)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 10h16.

Última atualização em 17 de setembro de 2025 às 10h17.

Quem bebe café todo dia pode estar fazendo mais do que espantar o sono. Pesquisas recentes mostram que a cafeína pode acelerar a queima de gordura, reduzir o peso corporal e até potencializar os efeitos do exercício físico. Em alguns casos, dobrar a ingestão diária foi associado a 22% de redução no peso.

A ciência começa a explicar por que a bebida mais popular do mundo pode ser também uma aliada para quem busca emagrecer com saúde.

A ciência por trás do café

Uma revisão publicada no British Journal of Nutrition reuniu evidências de que a cafeína está ligada a reduções no peso corporal, no índice de massa corporal (IMC) e no percentual de gordura.

O efeito foi mais visível em quem consumia doses maiores — chegando a quase um quarto a menos de peso em comparação com níveis moderados.

Outro estudo, da Harvard T.H. Chan School of Public Health, acompanhou um grupo que tomou quatro xícaras de café por dia. O resultado foi uma queda média de 4% na gordura corporal. Já pesquisadores da Universidade de Extremadura observaram que a substância aumenta a oxidação de gordura tanto em repouso quanto durante o exercício.

Como funciona no corpo

Pesquisadores apontam quatro principais mecanismos que explicam o efeito da cafeína:

  • Acelera o metabolismo: aumenta o gasto energético em repouso.
  • Libera adrenalina: facilita a quebra de gordura como fonte de energia.
  • Reduz o apetite: em algumas pessoas, ajuda a comer menos.
  • Potencializa o treino: melhora o desempenho físico e a queima de gordura durante o exercício.
  • Um estudo brasileiro mostrou que a combinação de treino intervalado de alta intensidade (HIIT) com cafeína acelerou em 6% a redução de gordura em apenas duas semanas.

Nem todo mundo responde igual

Pesquisas também indicam que fatores genéticos influenciam a resposta ao café. Cientistas da Universidade de Bristol mostraram que pessoas com maior predisposição genética a ter níveis altos de cafeína no sangue tendem a apresentar IMC mais baixo.

Por outro lado, a resposta pode variar bastante: enquanto alguns sentem benefícios claros, outros podem não notar diferença ou até sofrer efeitos colaterais como insônia, taquicardia e ansiedade.

Qual a dose segura?

A recomendação dos especialistas é de 200 mg a 400 mg por dia — o equivalente a 2 a 4 xícaras de café filtrado. Mais do que isso pode trazer efeitos adversos. Além do café, chás e até cacau são boas fontes naturais da substância.

O consenso é que a cafeína pode ser uma aliada, mas não substitui dieta equilibrada e prática regular de atividade física.

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