Adobe headquarters in San Jose, California, US, on Thursday, Nov. 30, 2023. Adobe Inc. is scheduled to release earnings figures on December 13. Photographer: David Paul Morris/Bloomberg via Getty Images (David Paul Morris/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 19 de novembro de 2025 às 15h06.
Última atualização em 19 de novembro de 2025 às 16h26.
A Adobe voltou ao mercado de aquisições depois de quase três anos de silêncio estratégico. A empresa anunciou nesta quarta-feira, 19, a compra da Semrush, plataforma de análise e otimização de marketing digital, por US$ 1,9 bilhão. O acordo, totalmente em dinheiro, é o primeiro desde a tentativa frustrada de adquirir a Figma por US$ 20 bilhões, operação abandonada em 2023 após pressão de reguladores na Europa e no Reino Unido.
A transação avalia a Semrush em US$ 12 por ação, com conclusão prevista para o primeiro semestre de 2026. Caso seja aprovada, será a terceira maior compra da história da Adobe, atrás apenas de Marketo (2018) e Macromedia (2005). O anúncio mexeu imediatamente com o mercado: as ações da Semrush dispararam até 75%, chegando a US$ 11,83 — seu maior salto intradiário desde o IPO em 2021 — enquanto a Adobe recuou 2,2%.
A aposta na Semrush sinaliza o esforço da Adobe para reforçar sua relevância em marketing digital, segmento que vem ganhando peso dentro do portfólio da companhia. A plataforma comprada é conhecida por soluções que ajudam empresas a analisar tráfego, concorrência e presença online, inclusive em resultados influenciados por modelos de IA generativa, área que se tornou crucial com a ascensão de ferramentas como ChatGPT e Gemini.
Ainda que seja dona de franquias onipresentes entre criadores — como Photoshop e Premiere — a Adobe enfrenta uma questão que ronda praticamente toda empresa de software criativo: a IA generativa ameaça comer parte do seu negócio. Modelos de imagem e vídeo, cada vez mais eficientes, pressionam o valor percebido de ferramentas profissionais, afetando expectativas de crescimento.
Isso ajuda a explicar por que as ações da já Adobe caíram cerca de 25% no acumulado do ano.