Worldcoin é um projeto desenvolvido por Sam Altman, CEO da OpenAI (Worldcoin/Divulgação)
Repórter do Future of Money
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 11h41.
Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 11h56.
Lançado no final de julho, o Worldcoin teve vida curta no Brasil. Semanas depois de iniciar suas operações com três pontos de registro de íris na cidade de São Paulo, a iniciativa suspendeu suas atividades no país. A informação havia sido divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo e foi confirmada à EXAME por representantes do Worldcoin.
Em um comunicado, a Worldcoin Foundation afirmou que ficou "satisfeita" com o seu "piloto" de serviço de verificação no Brasil, mas que "esses serviços nunca tiveram a intenção de serem permanentes no momento". Entretanto, a fundação destacou que espera "estabelecer serviços contínuos no Brasil no futuro", indicando um desejo de retornar ao país.
"Incentivamos as pessoas a consultar o World App para obter informações sobre locais e horários de verificação enquanto o projeto gerencia o aumento da demanda", diz o comunicado. De acordo com a Worldcoin Foundation, a presença em países como o Brasil fez parte de um "tour" temporário de divulgação da iniciativa ao redor do mundo.
Mas, no site da iniciativa, a cidade de São Paulo não estava na lista de cidades que receberiam temporariamente os Orbs, equipamentos usados para realizar o escaneamento de íris das pessoas. Além de São Paulo, o tour envolveria cidades como Berlim, Londres, Miami, Nova York e Tóquio.
O Worldcoin é um projeto que busca criar uma identidade digital global a partir do registro da íris das pessoas. Os responsáveis pelo projeto são Sam Altman, CEO da empresa dona do ChatGPT, e Alex Blania, e a meta dos executivos é ter um registro biométrico de toda a população, ressaltando a escala mundial da iniciativa. Um dos focos do projeto é disseminar uma forma segura de "diferenciar humanos de inteligências artificiais na internet".
Em uma carta, Altman e Blania comentaram que o projeto busca "criar uma nova identidade e uma rede financeira controlada por todos". Ao mesmo tempo, eles afirmaram que a iniciativa tem como objetivo "preservar a privacidade, destravar um processo democrático global e, eventualmente, mostrar o caminho para uma renda básica universal financiada por inteligência artificial".
Em troca da captura de íris, os usuários recebem uma recompensa na criptomoeda nativa do projeto, a WLD. Em seguida, o registro biométrico é apagado e convertido em uma espécie de identidade criptografada vinculada ao usuário, chamada de World ID. A ideia é que ela possa ser usada por governos e empresas nos próximos anos.
Ao mesmo tempo, o Worldcoin também se tornou alvo de investigações em outros países. Poucos dias após o seu lançamento, autoridades no Reino Unido e na França também iniciaram apurações sobre a forma como o projeto obtém, armazena e processa os dados biométricos obtidos. A Argentina também abriu investigações nesta semana.
Mas é no Quênia que o projeto tem enfrentado mais obstáculos. As autoridades do país suspenderam os registros de íris até que suas investigações sejam concluídas, e recentemente realizou uma operação no escritório da empresa no país. Nela, foram confiscados documentos e Orbs, os equipamentos usados para realizar o registro de íris.
À EXAME, especialistas explicaram que o Worldcoin precisa seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil. O cumprimento das determinações legais é importante devido à sensibilidade em torno de dados biométricos, que não podem ser alterados. Isso significa que, em caso de vazamento, o dano às pessoas expostas pode ser maior e mais duradouro.
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