Redação Exame
Publicado em 3 de agosto de 2023 às 11h50.
Os responsáveis pelo projeto Worldcoin afirmaram que pretendem compartilhar seu sistema de identidade digital com empresas e governos interessados. A iniciativa foi criada por Alex Blania e Sam Altman, CEO da empresa que controla o ChatGPT, e busca ajudar a distinguir pessoas de robôs.
De acordo com informações enviadas para a agência Reuters, a Worldcoin quer expandir sua operação para cadastrar mais usuários ao redor do mundo, com o objetivo de permitir que outras organizações usem o seu sistema de registro de íris e verificação de identidade.
Ricardo Macieira, um dos gerentes do projeto na Europa, disse que "estamos nessa missão de construir a maior comunidade financeira e de identidade que pudermos". Nesse sentido, a empresa pretende expandir suas operações na Europa, América Latina e África.
Em uma carta, Altman e Blania comentaram que o projeto busca "criar uma nova identidade e uma rede financeira controlada por todos". Ao mesmo tempo, eles afirmaram que a iniciativa tem como objetivo "preservar a privacidade, destravar um processo democrático global e, eventualmente, mostrar o caminho para uma renda básica universal financiada por inteligência artificial".
"A ideia é que, à medida que construímos essa infraestrutura, permitiremos que terceiros usem a tecnologia. A ideia é que qualquer um possa no futuro construir seu próprio Orb e usá-lo para beneficiar a comunidade que ele faz parte", explicou Macieira. O Orb é o equipamento usado para realizar o escaneamento de íris.
A meta de Altman e Blania para o Worldcoin é ter um registro biométrico de toda a população, ressaltando a escala mundial da iniciativa. Um dos focos dos executivos é disseminar uma forma segura de "diferenciar humanos de inteligências artificias na internet". Em troca do registro, as pessoas receberiam cerca de 25 WLDs, a criptomoeda nativa do projeto.
Entretanto, críticos da iniciativa destacam que ainda há uma falta de informações sobre como o registro da íris é obtido, processado e armazenado. A empresa já se tornou alvo de investigações sobre o tema abertas pelos reguladores de segurança de dados no Reino Unido e na França.
De acordo com o Worldcoin, o registro de íris é deletado assim que é obtido e é substituído pelo World ID, que não armazenaria dados pessoais mas ficaria vinculado à pessoa escaneada. Mesmo assim, especialistas afirmaram à EXAME que é preciso muito cuidado ao escanear e registrar um dado biométrico como o de íris para evitar vazamentos, já que esse tipo de dado é imutável e eterno.
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