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World suspende registro de íris em troca de criptomoedas no Brasil após decisão do governo

Projeto ligado a Sam Altman, CEO da OpenAI, atraiu polêmicas e críticas após retomar operação no Brasil, com preocupações sobre segurança de dados

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 10h16.

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O World, projeto criado por Alex Blania e Sam Altman, vai suspender as suas operações no Brasil. A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 11, pela Tools for Humanity, empresa responsável pelo projeto, após a ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) negar um recurso pedindo um adiamento da determinação de fim dos "incentivos financeiros" para o registro de íris por usuários.

Em comunicado enviado à EXAME, a Tools for Humanity disse que "respeita a decisão da ANPD. Como a ANPD está ciente, será necessário tempo para cumprir com a sua ordem. Para permitir que o World conclua as mudanças em coordenação com a ANPD e garanta conformidade durante esse processo, estamos voluntariamente e temporariamente pausando o serviço de verificações".

Inicialmente, a ordem da ANPD era para suspender apenas a oferta de criptomoedas para os usuários. Atualmente, o usuário pode receber mais de R$ 600 na Worldcoin, a cripto oficial do projeto, após realizar o escaneamento da íris e obter o World ID, uma espécie de "prova de humanidade" usado pela empresa para diferenciar humanos de IAs.

A Tools for Humanity informou que "os espaços físicos do World permanecerão abertos para fornecer educação e informações ao público e pedimos desculpas por qualquer inconveniente aos que desejavam se juntar ao World agora".

"O World segue seu compromisso em cumprir com as leis nos mercados onde opera e continuará trabalhando para garantir transparência e entendimento público desse serviço essencial, que busca aumentar a segurança e confiança online na era da IA", destacou.

A empresa chegou a entrar com um recurso pedindo um adiamento da decisão da ANPD de 24 de janeiro que suspendia a distribuição de criptomoedas. Entretanto, a ANPD negou o pedido, afirmando que a compensação era uma "interferência indevida" que influenciava usuários a ceder dados sensíveis. Foi avaliado, ainda, que o "tratamento de dados pessoais realizado pela empresa se revelou particularmente grave".

Lançado em 2023, o World acumula problemas com reguladores de diversos países. O projeto chegou a operar no Brasil por algumas semanas de 2023, mas suspendeu as operações, caracterizadas como um "teste". Ele retornou para o país em novembro de 2024.

O projeto já foi suspenso em Portugal e na Espanha e foi alvo de investigações em países como França, Coreia do Sul e Argentina. O principal motivo é a preocupação em torno dos dados biométricos cedidos pelos usuários. Dados de íris são imutáveis, e portanto extremamente sensíveis, com potencial prejuízo de longo prazo para os usuários em caso de vazamento.

Em entrevista exclusiva recente à EXAME, o responsável pelo projeto no Brasil negou acusações de que o World envolve a "venda" da íris dos usuários e afirmou que o registro da íris é substituído por um código, evitando prejuízos para os usuários em caso de vazamentos.

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