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Vitalik Buterin critica bitcoin, diz que rede está vulnerável e defende atualização da Ethereum

Criador da Ethereum compara o mecanismo utilizado pelo bitcoin para validar suas transações com o novo método que será adotado pela Ethereum em importante atualização

Vitalik Buterin, criador do 2º maior blockchain do mundo (Ethan Pines—The Forbes Collection/Contour RA/Getty Images/Reprodução)

Vitalik Buterin, criador do 2º maior blockchain do mundo (Ethan Pines—The Forbes Collection/Contour RA/Getty Images/Reprodução)

O criador da Ethereum, segundo maior blockchain do mundo depois do Bitcoin, afirmou estar preocupado com sua predecessora. Segundo Vitalik Buterin, existem riscos para a segurança do bitcoin no futuro graças ao mecanismo de consenso utilizado pela rede para validar suas transações. O mecanismo, chamado de prova de trabalho (PoW) é o mesmo que a Ethereum abandonará no próximo 6 de setembro em uma atualização.

Durante uma entrevista ao escritor de economia Noah Smith nesta sexta-feira, 2, Buterin mencionou o limite de fornecimento de aproximadamente 21 milhões de unidades de bitcoin como uma das razões para os riscos de segurança na rede que abriga a maior criptomoeda do mundo.

(Mynt/Divulgação)

Segundo ele, quando o Bitcoin atingir seu fornecimento limite, a rede dependerá apenas das taxas de transação para garantir sua segurança, o que pode não ser o suficiente para um blockchain de trilhões de dólares. Isso porque a mineração, método utilizado pelo Bitcoin para validar suas transações, deixará de ser tão lucrativa.

“Primeiro, a longo prazo, a segurança do Bitcoin virá inteiramente das taxas, e o Bitcoin simplesmente não está conseguindo obter o nível de receita de taxas necessário para garantir o que poderia ser um sistema de vários trilhões de dólares. As taxas de Bitcoin são de cerca de US$ 300.000 por dia e não cresceram muito nos últimos cinco anos”, explicou Buterin.

De acordo com dados do Crypto Fees, o blockchain do Bitcoin teve uma média de cerca de US$ 225.000 em taxas na última semana. Já a Ethereum é o maior gerador de taxas, que arrecadou cerca de US$ 2,7 milhões no mesmo período.

“Segundo, a prova de trabalho fornece muito menos segurança por dólar gasto em taxas de transação do que a prova de participação, e a migração do Bitcoin para longe da prova de trabalho parece ser politicamente inviável. Como seria um futuro quando há US$ 5 trilhões em bitcoin, mas são necessários apenas US$ 5 bilhões para atacar a rede? É claro que, se o bitcoin realmente for atacado, espero que a vontade política de mudar para pelo menos uma prova de participação híbrida apareça rapidamente, mas espero que seja uma transição dolorosa”, acrescentou Buterin.

Apesar da Ethereum ainda validar suas transações pelo mesmo mecanismo que o bitcoin, a rede passará por uma mudança importante no próximo 6 de setembro. Nesta data, desenvolvedores darão início à “The Merge”, atualização que vai mudar o mecanismo de consenso da rede para a prova de participação e prevê uma economia de energia de até 99%.

A atualização é muito aguardada por investidores e especialistas, que esperam que ela ajude a valorizar ainda mais o ether, criptomoeda nativa da rede, o tornando deflacionário com o tempo. No entanto, muitos ainda se posicionam contra a mudança e defendem a prova de trabalho, modelo inaugurado pelo bitcoin, a primeira criptomoeda do mundo.

Muitos argumentam que a prova de participação limita a descentralização e permite que as partes interessadas maiores controlem a rede, mas Buterin acha que esses argumentos são “completamente errados”.

Ele disse que os críticos têm “um equívoco de que prova de trabalho e prova de participação são mecanismos de governança, quando na realidade são mecanismos de consenso”. Em outras palavras, os investidores que realizam staking na rede podem validar transações, mas não podem influenciar seu futuro.

Enquanto a prova de trabalho utiliza o poder computacional para validar suas transações, a prova de participação seleciona seus validadores baseado em quantas unidades da criptomoeda nativa da rede eles possuem em staking, ou seja, com movimentação bloqueada. Por isso, o mecanismo é considerado “verde” e proporciona uma economia de energia significativa.

No entanto, os riscos apontados por Buterin sobre a segurança da rede Bitcoin parecem um pouco distantes no momento. A previsão é que todos os mais de 21 milhões de bitcoins sejam minerados apenas em 2140.

Sobre a queda do mercado cripto em 2022, Buterin se disse “surpreso que o crash não tenha acontecido antes”. Embora tenha reconhecido que os preços caíram em 2022, ele disse que as criptomoedas “finalmente parecem significativamente úteis”.

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