(Pasanheco/Envato/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 16h00.
Última atualização em 13 de setembro de 2024 às 17h11.
A Ripio, empresa do setor de criptomoedas, anunciou na quinta-feira, 12, durante o Modular Summit, realizado em São Paulo, o lançamento do primeiro cartão de crédito DeFi do mundo. Com ele, segundo o anúncio do CEO da Ripio, Sebastian Serrano, os usuários podem participar do ecossistema de finanças descentralizadas sem a necessidade de se conectar diretamente aos protocolos.
"Nosso objetivo é proporcionar uma experiência de uso semelhante a outros aplicativos do celular, onde, por trás, estão os protocolos DeFi e o dinheiro programável, mas de maneira simples, sem exigir, por exemplo, a assinatura de múltiplas transações. O primeiro produto que estamos desenvolvendo é o "cartão de crédito on-chain", disse.
Segundo Serrano, o produto permite que o usuário mantenha seus criptoativos como colateral e, ao conectá-los aos protocolos DeFi, e com isso consiga acessar crédito no sistema de finanças descentralizadas de forma mais simples.
"Atualmente, há muitos criptoativos que estão parados em carteiras porque os usuários os veem como investimentos para o futuro. Nosso sistema dá flexibilidade ao permitir que esses ativos sejam usados como colateral em um protocolo que estamos construindo, chamado Capify. Assim, o usuário pode manter seus ativos e, ao mesmo tempo, financiar a compra de bens e serviços", apontou.
Os usuários interessados podem se inscrever na lista para acessar o produto que, segundo Serrano, deve ser lançado ainda neste ano. Serrano também apontou que comparado ao sistema financeiro tradicional, o DeFi elimina as complicações, como taxas altas e falta de transparência, especialmente em países como o Brasil, onde as taxas de crédito podem ser elevadas.
"No DeFi, o processo é completamente automatizado, sem taxas significativas, com poucos intermediários e é acessível globalmente, o que torna a liquidez uma característica universal. No entanto, exige certo conhecimento técnico e por isso lançamento este novo cartão de crédito que simplifica todo o processo", apontou.
Atualmente, as taxas de referência para USDC e USDT nas principais pools de empréstimos giram em torno de 2% a 3%. A ideia inicial, segundo Serrano, é que as primeiras interações se concentrem nos protocolos DeFi mais conhecidos e usando bitcoin, ether e stablecoins, mas o objetivo é associar esses protocolos a diferentes estágios de desenvolvimento.
Além disso, segundo ele, no começo haverá um limite 'mais conservador', em torno de 25% a 30% do valor do colateral, para minimizar riscos. Para as operações do pool, Serrano destacou que a Ripio está construindo um protocolo próprio, baseado na Compound.
"Em vez de depender dos protocolos abertos que existem hoje — e que, em muitos casos, podem apresentar riscos —, estamos criando um protocolo específico para o nosso sistema. Atualmente, muitos dos protocolos públicos têm vulnerabilidades, e nossa proposta é construir uma solução mais robusta e segura, baseada em tecnologias já estabelecidas como o Compound.
Ainda segundo ele, a ideia é que esse protocolo não seja apenas para uso interno, mas que também possa ser integrado por outras fintechs que, hoje, não teriam acesso a um protocolo DeFi seguro.
"Ele será um protocolo aberto, mas com camadas adicionais de segurança, permitindo que seja utilizado por parceiros e por todo o ecossistema DeFi, proporcionando um ambiente mais seguro e confiável para a adoção de DeFi em um cenário mais amplo", destacou.
Serrano explicou que atualmente, quando alguém utiliza o cartão da Ripio para fazer uma compra, o sistema verifica se a transação pode ser autorizada. O sistema de backend da Ripio responde à consulta, confirmando se o usuário tem saldo ou crédito disponível para realizar o pagamento, "atualmente, esse processo acontece com a Ripio financiando a compra em nome do usuário, e o pagamento é feito automaticamente"
"O que estamos propondo agora é um modo de operação que integra o DeFi ao cartão, que possui bandeira Visa. Quando o usuário fizer uma transação, o sistema pedirá automaticamente um empréstimo ao protocolo DeFi, trocando os criptoativos do usuário por reais para completar a compra.
Todo o fluxo que já existe — da venda do ativo, conversão para reais, e pagamento na loja — continua o mesmo. A diferença é que, agora, o sistema se conecta a um protocolo DeFi, colocando os ativos do usuário como colateral e gerando crédito de forma automatizada", apontou.
Ele destacou que o objetivo é simplificar todo o processo do sistema de DeFi, de modo que o usuário não precise entender como autorizar transações complexas ou como trocar seus criptoativos manualmente e também se beneficie dos rendimentos que o DeFi proporciona.
"A linha de crédito oferecida pela empresa pode ser usada a qualquer momento, conforme a necessidade do usuário. Se ele quiser utilizar para uma compra, como ingressos, por exemplo, a linha de crédito estará sempre disponível. O usuário pode ir pagando aos poucos, conforme desejar, ou, se preferir, pode aumentar o colateral, realizar um pagamento parcial e liberar mais crédito. Haverá uma barra de progresso que mostrará de forma visível e intuitiva como está a gestão dessa linha de crédito", afirmou.
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