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Especialista em criptoativos
Publicado em 21 de setembro de 2025 às 11h00.
A trajetória da Solana é marcada por muitos altos e baixos, como o colapso da FTX, questionamentos sobre a eficiência da rede e períodos de ceticismo do mercado. Hoje, porém, parece estar corrigindo a sua rota e reconquistando a confiança como um dos blockchains mais relevantes do universo cripto.
O preço da SOL vem rompendo patamares importantes, principalmente com a recente aquisição para tesourarias corporativas, além de acumulação por baleias e a expectativa de lançamento de ETFs que tornem o ativo mais acessível a grandes investidores.
Na semana passada, a cripto voltou a acionar um sinal de alta marcante no gráfico semanal pelo indicador SuperTrend, o mesmo que já precedeu altas de 620% a mais de 3.200% no passado, incluindo a pernada de 1.300% em 2023, quando SOL saiu de US$ 20 para quase US$ 300.
Hoje, no momento de escrita desta coluna, o cenário é parecido. O preço recuou de US$ 250 para os atuais US$ 237, tendo como nível de suporte crítico a região dos US$ 230-US$ 220.
Se segurar, abre portas para novas máximas. Nesse caminho, teríamos a zona histórica dos US$ 295-US$ 300. Em um cenário mais otimista, SOL poderia rumar aos US$ 1 mil, com a combinação de demanda institucional, consistência on-chain e um possível sinal verde para o ETF à vista.
O fenômeno mais relevante hoje é institucional: empresas e fundos passaram a montar reservas em SOL em escala significativa.
De acordo com dados do rastreador Strategic Solana Reserve, corporações e tesourarias já detêm mais de 17 milhões de SOL, equivalentes a mais de US$ 4 bilhões. Isso representa quase 3% do fornecimento circulante do token.
Entre os principais acumuladores estão Forward Industries (com 6,82 milhões de SOL), Sharps Technology (com 2,14 milhões de SOL) e empresas como Upexi Inc. (UPXI) e DeFi Development Corp (DFDV), cada uma com cerca de 2 milhões de unidades da cripto. Além disso, a Pantera Capital declarou uma posição em SOL avaliada em US$ 1,1 bilhão.
E por que essa movimentação é importante? Porque reduz a oferta disponível no mercado e cria um suporte estrutural de demanda, um comportamento que segue os passos institucionais vistos antes em bitcoin e, mais recentemente, em ether, porém, claro, com diferenças.
Com o bitcoin, o interesse corporativo mirou em uma estratégia de reserva de valor: empresas compraram BTC para proteger capital e ETFs tornaram o ativo acessível de maneira inédita.
No caso do ether, a entrada de companhias e fundos foi movida por uma combinação de interesse por reserva com uso prático. Isso porque, além de ETFs e tesourarias, o ether se beneficiou da grande base de aplicações DeFi e da transição para modelos que oferecem rendimento a quem participa da segurança da rede.
Falando de Solana, a motivação acaba misturando elementos desses dois roteiros, mas em proporções próprias. Há acumulação em tesourarias, o que cria uma demanda estruturada, e ao mesmo tempo a rede mostra uso operacional, com transações rápidas, baixo custo e staking atrativo.
Resumo da ópera: a institucionalização da Solana mostra tanto a busca por exposição estratégica quanto um reconhecimento da utilidade da rede, mas ainda acontece em um contexto de maturidade e escala diferentes de bitcoin e ether.
Além de toda essa onda corporativa, os números de uso da rede reforçam a existência de uma tração real:
TVL (Total Value Locked)
A Solana já ocupa a segunda posição global em DeFi, com cerca de US$ 12,5 bilhões travados em protocolos, atrás só da Ethereum, que atualmente soma pouco menos de US$ 100 bilhões.
O TVL é o valor total de ativos depositados em contratos inteligentes, como pools de liquidez, empréstimos e yield farming, e funciona como um termômetro da atividade econômica dentro de um ecossistema. A tendência é que, quanto maior o TVL, maior a confiança e a utilização prática da rede.
A seguir, o gráfico do DefiLlama mostra a distribuição de TVL por rede. Ethereum domina amplamente (59,51%), seguida de Solana (7,8%), Bitcoin (5,42%) e BSC (4,89%).
Além do uso em DeFi, a Solana também se destaca na participação direta dos investidores no mecanismo de consenso.
Hoje, o rendimento médio anual do staking de SOL gira em torno de 6,8%, bem acima dos 2,9% oferecidos pelo ETH, segundo o Staking Rewards. Esse diferencial torna a rede especialmente atrativa pelos rendimentos passivos aliados ao potencial de valorização do ativo, reforçando a base de investidores de longo prazo.
A rede lidera atualmente entradas de stablecoins em alguns períodos, registra volumes expressivos em corretoras descentralizadas (DEXs) e mantém taxas de transação muito baixas, favorecendo casos de uso de alto volume, como swaps frequentes, NFTs e pagamentos.
Essa relação entre acessibilidade e rapidez estimula o uso da Solana no dia a dia e fortalece as receitas geradas pelas aplicações do ecossistema.
Os números mostram que o crescimento está longe de ser puramente especulativo, porque existem indicadores de uso e economia que justificam essa atenção.
Do ponto de vista gráfico hoje, analistas identificaram um padrão técnico de continuação historicamente poderoso no preço de SOL conhecido como “cup and handle”, ou xícara e alça, em português. A formação começou lá atrás no período pós-topos de 2021 e vem se desenvolvendo até agora.
Essas análises mostram que existe espaço para movimentos significativos, com alvos citados entre US$ 500 e até acima de US$ 1 mil em cenários mais ousados.
Deixando claro que projeções técnicas não são garantias, mas a combinação do padrão formado com fundamentos e a alta demanda institucional ajuda a criar um ambiente favorável para uma continuidade de alta.
Um dos catalisadores para o avanço do preço do token está na expectativa em torno do aguardado ETF à vista.
A narrativa ganha ainda mais força com as novas regras definidas pela SEC que permitem acelerar a aprovação de fundos negociados em bolsa, o que pode fortalecer a onda de valorização de SOL e de diversas outras altcoins.
Um ETF spot de SOL pode ter efeito semelhante ao que vimos com bitcoin e ether: aumento de preço e adoção, consolidando a Solana como uma das principais blockchains de camada 1.
Além disso, a tendência é que o capital institucional, antes cauteloso por conta das incertezas regulatórias, passe a enxergar o ativo como um confiável, fortalecendo tanto a valorização quanto o desenvolvimento da rede.
Você não vai incluir Solana no seu portfólio para seguir tendência. Todas as suas decisões precisam estar em alinhamento claro com seus objetivos pessoais. Antes de qualquer decisão, faça as seguintes perguntas:
Solana geralmente se encaixa em estratégias de crescimento e exposição a ecossistemas emergentes, não como reserva de valor conservadora. Ela oferece potencial de valorização, mas com volatilidade superior a ativos como o bitcoin.
Comece com uma posição pequena que não comprometa sua estabilidade emocional durante a montanha-russa do mercado. Muitos investidores consideram posições iniciais em SOL como alocações de teste, aumentando o aporte progressivamente de acordo com a aderência à sua estratégia.
Você precisa definir, antes de tudo, se busca exposição de curto, médio ou longo prazo. Solana tem atraído tanto investidores que preferem aproveitar ciclos de adoção quanto investidores com visão futura positiva de crescimento do ecossistema.
Anote as suas razões para investir e desenhe possíveis cenários que invalidariam sua tese. Estabeleça regras claras para realização de lucros e limites de perda antes mesmo de entrar na posição.
Toda e qualquer exposição a SOL ou a qualquer outra cripto deve ser acompanhada de monitoramento, como movimentos institucionais, atualizações técnicas da rede, mudanças na concentração de tokens e evolução do ecossistema DeFi.
A questão central não é se você deve ou não ter Solana, mas sim entender exatamente por que e como ela se encaixa no seu planejamento.
Além disso, a decisão deve ser revisada de tempos em tempos, sempre baseada em dados concretos e não em influências externas.
Sempre acreditei na Solana, está no meu portfólio desde cedo e, até aqui, só me surpreendeu positivamente. Cada correção abriu espaço para a próxima pernada.
Os sinais que vemos nos gráficos não garantem que uma explosão de 1.300% (como aconteceu em 2023) vai se repetir, mas mostra que a tendência de alta segue viva. E quem está nesse jogo pelos ciclos sabe reconhecer quando o mercado está entregando um ótimo ponto de entrada. Agora, é acompanhar.
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