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Uso do Pix cresce e 25% dos brasileiros utilizam sistema mais de 20 vezes no mês

Estudo mostra "rápida adesão e ótima reputação" da ferramenta de pagamentos instantâneos no Brasil

Estudo mostra consolidação do Pix como meio de pagamento (Banco Central/Divulgação)

Estudo mostra consolidação do Pix como meio de pagamento (Banco Central/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 31 de maio de 2023 às 10h53.

Última atualização em 31 de maio de 2023 às 11h59.

Lançado em outubro de 2020, o Pix se tornou um fenômeno entre brasileiros, ganhando espaço e substituindo outras formas de pagamentos mais tradicionais. E uma pesquisa realizada pela empresa Capterra mostra que o sistema do Banco Central segue crescendo em termos de confiança e reputação, ajudando na sua consolidação entre a população.

O estudo, que entrevistou 1043 pessoas, indica que a frequência de uso do sistema de pagamentos instantâneos aumentou desde 2021. Naquele ano, 7% dos entrevistados usavam a ferramenta mais de 20 vezes no mês, com 39% usando entre duas e quatro vezes, 32% entre cinco e 10, 10% entre 11 e 20 vezes e 12% com apenas um uso mensal.

Já em 2023, o cenário mudou. Apenas 2% dos entrevistados usam o Pix uma vez no mês. Por outro lado, 25% usam a ferramenta mais de 20 vezes, enquanto 34% usam o Pix entre cinco a 10 vezes, 20% entre 11 e 20 vezes e 19% de duas a quatro vezes.

Para a Capterra, isso mostra que a ferramenta "tem se consolidado como um importante método de pagamento e isso é especialmente perceptível não apenas pela quantidade de chaves ativas, mas também pela frequência com que os usuários empregam o sistema na sua rotina".

"Um dos motivos que podem justificar o aumento da frequência de uso entre usuários é a quantidade de negócios que passaram a aceitar o Pix como forma de pagamento. Estima-se que mais de 42% das pequenas empresas têm o sistema como a principal forma de recebimento de pagamentos; além disso, no e-commerce, o Pix já atinge o segundo lugar como a principal modalidade de pagamento", observa a empresa.

O estudo mostra ainda que o principal caso de uso para o sistema é a realização de pagamentos, citada por 56% dos entrevistados. A segunda aplicação mais citada é de transferências entre contas, mas a Capterra pontua que "dependendo do destinatário, especialmente se não se trata de pessoa física", a operação também pode ser um pagamento.

Sobre o momento em que os brasileiros começaram a usar o Pix, 42% dos entrevistados adotaram a ferramenta já em 2020, enquanto 43% ingressaram no sistema em 2021 e 15%, em 2022. O cenário mostra que "com rápida adesão e ótima reputação, o Pix se consolidou como uma opção de pagamento ao lado de outros sistemas de pagamentos oferecidos por empresas privadas".

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Confiança no Pix

Outro aspecto avaliado pelo estudo é a confiança dos brasileiros no Pix. A Capterra destaca que as tentativas de golpe com uso do sistema cresceram 1.200% no primeiro semestre de 2022, e ainda existem "diversos relatos de roubos de dinheiro e transferências ilegais via Pix". Entretanto, isso não parece estar afetando a confiança na ferramenta.

Na verdade, essa confiança aumentou. Questionados sobre a opinião em relação ao sistema nos últimos 12 meses, 58% dos entrevistados indicaram um aumento de confiança, 39% mantiveram o mesmo nível e 3% afirmaram que perderam confiança na ferramenta.

Questionados sobre o motivo para o aumento de confiança, 52% citaram o crescimento na quantidade de negócios que passaram a aceitar o Pix como forma de pagamento. Já 37% citaram os novos recursos adicionados ao sistema, e 34% a criação de medidas para aumentar a segurança da ferramenta por parte do Banco Central.

"Com um quarto dos respondentes usando o Pix mais de 20 vezes por mês, a segurança se torna um elemento-chave para colaborar em manter a boa reputação da plataforma", avalia Marcela Gava, analista da Capterra e responsável pelo estudo.

Os entrevistados também apontaram que as próprias organizações financeiras estão tomando mais medidas para aumentar a segurança da ferramenta, um cenário citado por 77% dos entrevistados. As novidades mais comentadas foram a customização de limites de transação (57%), mais etapas de confirmação de transações (44%) e campanhas com dicas de segurança (43%).

O estudo apontou ainda que, para os entrevistados, a medida considerada mais eficiente para aumentar a segurança no uso do Pix é a implementação de mais etapas de confirmação das transações, incluindo o uso de biometria facial. A medida foi considerada positiva por 78% dos respondentes.

Ao mesmo tempo, 24% disseram que deixariam de usar o sistema caso fossem vítimas de golpes e fraudes. A possibilidade de abandono da ferramenta aumenta em caso de vazamentos de dados, com 48% afirmando que abandonariam o sistema de pagamentos instantâneos.

"Crimes relacionados a golpes ou fraudes podem ser atribuídos a quadrilhas especializadas, o que torna a situação uma questão de segurança pública. Já a questão de vazamentos de dados está ligada às instituições financeiras que oferecem serviço via Pix e sua capacidade de criar mecanismos para impedir que as informações de seus clientes caiam na mão de criminosos digitais", observa a Capterra.

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