O uso de criptomoedas para financiar atos de terrorismo pode ter quadruplicado nos últimos anos, correspondendo agora a 20% do total, de acordo com a diretora jurídica sênior da Organização das Nações Unidas (ONU), Svetlana Martynova.

Em entrevista à Bloomberg, Martynova disse que a organização tem identificado um aumento no número de casos de financiamento de grupos terroristas por meio de criptoativos.

"As estatísticas não são nossas melhores amigas nesse caso. O que estamos vendo é que quanto mais procuramos essas informações, mais casos aparecem", explicou a diretora.

Um relatório recente da empresa Chainalysis aponta que, em 2021, os crimes ligados a criptomoedas atingiram o maior número da história, com endereços ilícitos recebendo US$ 14 bilhões, ante US$ 7,8 bilhões em 2020.

Segundo os dados reunidos pela empresa, organizações terroristas como a Al Qaeda e o braço militar do Hamas tentaram financiar operações usando criptomoedas. Entretanto, "é difícil descobrir se eles conseguiram fazer isso".

Martynova destacou que uma resolução recente do Conselho de Segurança da ONU pede que os países-membros da organização lidem com os riscos ligados ao financiamento de terrorismo usando ativos digitais.

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Para ela, a criação de uma força-tarefa ajudou a estabelecer padrões internacionais de regulação, em especial para o rastreamento de informações nos blockchains em que as trocas de criptomoedas ocorrem.

Mesmo com o crescimento do uso de criptoativos, Martynova observou que o uso de dinheiro ainda é a principal forma de financiamento de atos terroristas. "O dinheiro sempre é rei. Ele é tão anônimo quando se pode ser, e na verdade é o mais difícil de rastrear".

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