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USDT tem maior perda de mercado desde a quebra da FTX com efeitos de nova regulação na Europa

Criptomoeda pareada ao dólar ainda mantém a liderança no segmento de stablecoins, mas entrou em queda nos últimos dias de 2024

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 16h30.

Última atualização em 3 de janeiro de 2025 às 16h37.

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A criptomoeda pareada ao dólar USDT segue dominando o segmento de stablecoins, sendo responsável por mais de dois terços da capitalização de mercado desses ativos. Mas, nos últimos dias de 2024, ela registrou sua maior perda de mercado desde novembro de 2022.

Na época, a USDT e outras stablecoins foram prejudicadas principalmente pela quebra da corretora de criptomoedas FTX, que derrubou a capitalização do mercado cripto como um todo devido ao tamanho da exchange, naquele momento a segunda maior do mundo.

A falência da FTX resultou em uma perda de capitalização de mercado da USDT de 5,7%, mas a stablecoin foi capaz de se recuperar e, entre 2023 e 2024, expandiu sua fatia de mercado, principalmente após o fim da BUSD e da perda momentânea de paridade da USDC no início de 2023.

Desde então, a USDT tem tido uma dominância quase incontestada do segmento de stablecoins. Em 30 de dezembro, porém, ela registrou uma perda de capitalização de 1,2%, ou mais de US$ 1 bilhão. O número pode parecer pequeno, mas foi o pior desempenho do ativo em mais de dois anos.

Como resultado, a Tether viu sua fatia do mercado de stablecoins cair de 70% para cerca de 68,5% atualmente, segundo dados da plataforma CoinGecko. Ao mesmo tempo, a USDC foi a maior beneficiada: sua fatia de mercado subiu de pouco mais de 20% para 22,2% no mesmo período.

No passado, a USDT e a USDC tinham uma competição mais acirrada por usuários e capital no mercado de stablecoins, mas a Tether conseguiu ampliar essa liderança nos últimos anos. A queda no fim de 2024 reverteu, mesmo que em uma pequena parte, essa dominância.

Para especialistas, a queda recente de capitalização da USDT está ligada principalmente à entrada em vigor de uma nova lei na União Europeia que trouxe novas regras para emissores de stablecoins. A principal é que 30% das reservas que garantem a paridade do ativo precisam ser custodiadas em bancos europeus, sendo que o número sobe para 60% no caso da Tether e outras grandes emissoras.

A visão de analistas é que a medida seria inviável para as operações da Tether no momento, o que levaria à saída da stablecoin de dólar do mercado europeu, podendo afetar seu uso e relevância. A divisão da Coinbase na Europa, por exemplo, já retirou a USDT dos seus ativos listados.

A USDT também começa 2025 com um segmento de stablecoins mais aquecido. Ao longo de 2024, novas criptomoedas pareadas ao dólar foram lançadas, com destaque para a RLUSD, da Ripple, e o mercado irá monitorar agora se a Tether conseguirá manter sua ampla fatia no segmento.

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