Future of Money

Patrocínio:

Design sem nome (2)
LOGO SENIOR_NEWS

Transparência em gastos públicos: TCU e BNDES detalham uso de blockchain

Rede Blockchain Brasil está sendo desenvolvida entre ambas as instituições para melhorar a administração pública brasileira

Empresas e instituições interessadas poderão submeter um termo de adesão para avaliação (SOPA Images/Getty Images)

Empresas e instituições interessadas poderão submeter um termo de adesão para avaliação (SOPA Images/Getty Images)

Anunciada em 18 de abril, a Rede Blockchain Brasil vem para melhorar a transparência dos gastos públicos no país. O projeto foi idealizado em 2018 e tem previsão de 60 meses de colaboração entre o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A rede será pública e sem fins lucrativos, desenvolvida com base no Hyperledger Besu 2.0 e inspirada por modelos similares em outros países da América Latina e Europa. Trazendo mais segurança para os atos e contratos da administração pública, a RBB inicia uma preparação para a utilização, no futuro, do blockchain em ações de controle externo.

Além de promover a inovação no uso da tecnologia blockchain para as aplicações de interesse público, a Rede Blockchain Brasil também vai estimular o uso de tecnologia na administração pública, de acordo com um porta-voz do TCU à EXAME.

Gladstone Arantes, especialista em blockchain do BNDES, é uma das pessoas diretamente envolvidas com o projeto, sobre o qual deu detalhes ao Future of Money. Além da Rede Blockchain Brasil, Arantes ainda trabalhou no desenvolvimento do BNDES Token, projeto piloto desenvolvido em 2019 que deu origem à ideia que posteriormente viraria a RBB, de acordo com o especialista.

“Um dos aprendizados daquela experiência pioneira foi exatamente a necessidade de uma infraestrutura como a RBB”, contou.

(Mynt/Divulgação)

A rede, segundo Gladstone, vai rodar em um modelo de consenso de prova de autoridade. Isso significa que não haverá mineração, nome utilizado para um mecanismo de consenso que utiliza o poder computacional para verificar as transações no blockchain e gera controvérsia por conta de seu grande uso de energia elétrica.

“Será uma rede público-permissionada. Público porque será transparente para o público, que poderá ter acesso ao seu conteúdo, suas transações e contratos inteligentes. Permissionada porque os nós que participam do chamado algoritmo de consenso - o núcleo da rede que valida as transações - são conhecidos e se coordenam através de um processo chamado Proof of Authority. Assim, a RBB não precisa fazer uso de algoritmos que gastam muita energia, nem exige remuneração via criptomoedas para realização de transações”, explicou Gladstone.

A forma como os nós verificadores da Rede Blockchain Brasil funciona também pode facilitar a adoção governamental da tecnologia. “É importante observar que, dado que tais nós serão conhecidos e estarão sujeitos à jurisdição da lei brasileira, a adoção da tecnologia pelo governo também será facilitada do ponto de vista legal”, acrescentou Glastone, à EXAME.

A hiperconexão do governo, o combate à fraude e à corrupção, e a otimização dos serviços digitais prestados ao cidadão são alguns dos benefícios proporcionados pelo uso da tecnologia foram alguns dos benefícios citados pelo TCU à EXAME. De acordo com Glastone Arantes, ainda não é possível prever exatamente como o projeto irá se desenrolar neste sentido, mas as perspectivas são boas.

“Em tese, todos os órgãos e instituições públicas podem se beneficiar, dado que transparência e confiança são valores centrais para o setor público. De qualquer forma, é da natureza das inovações disruptivas, e mais ainda das inovações em rede, que não seja possível antecipar tudo que pode acontecer. Ficarei surpreso se não ficar surpreso com o que vão construir sobre uma infraestrutura com essas características no futuro”, disse Glastone.

A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev), PUC-Rio, Companhia de Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Prodemge), Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espírito Santo (Prodest) e Laboratório de inovação do American Development Bank Group (IDB LAB) também são parceiros na elaboração da RBB.

A Rede Blockchain Brasil pode ser disponibilizada ainda em 2022. Gladstone Arantes explicou que para o desenvolvimento de uma tecnologia tão complexa, existem etapas a cumprir para a sua disponibilização. “Temos uma rede de laboratório já em operação. O Acordo de Cooperação inclui um Plano de Trabalho que prevê 6 meses para implantação de uma rede piloto, que será uma rede de uso real, mas ainda com limitações em sua operação”, contou.

De acordo com o Tribunal de Contas da União, a adoção da tecnologia blockchain por instituições públicas ou de interesse público é muito incentivada com o projeto. Elas podem participar da Rede Blockchain Brasil “com o intuito de criar, fortalecer e manter o ecossistema de inovação voltado para essa tecnologia”, afirmou o Tribunal. Para isso, será preciso apresentar Termo de Adesão, que passará por uma avaliação da equipe de governança do projeto, formada por membros do TCU e do BNDES.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:BlockchainBNDESTCU

Mais de Future of Money

Mudança no Drex não deve frear tokenização ou a adoção de blockchain no Brasil, dizem especialistas

BC escolheu solução que não atendia requisitos do Drex, diz CEO da GoLedger

Presidente Trump assina decreto que permite investimento de fundos de pensão em criptomoedas

Drex reduz uso de tecnologia blockchain e pode ter lançamento em 2026