(Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 18 de janeiro de 2024 às 11h00.
Um estudo divulgado pela Chainalysis, empresa de análise de dados em blockchain, revelou que as transações criminosas representaram apenas 0,34% do total movimentado em criptomoedas no último ano.
O primeiro capítulo do relatório “Crypto Crime Report” divulgou nesta quinta-feira, 18, um cenário otimista para os crimes cibernéticos que envolvem criptomoedas de alguma forma. Isto é, para os usuários da tecnologia, já que para os hackers o ano de 2023 representou um declínio de US$ 15,4 bilhões no valor recebido em criptomoedas.
Enquanto em 2022 os endereços ilícitos receberam US$ 39,6 bilhões, em 2023 o valor caiu 38% para US$ 24,2 bilhões. As transações ilíticas relacionadas a entidades sancionadas foram a maioria, representando 61,5% de todo o volume.
No mar de transações com criptoativos, que já movimentam bilhões de dólares por dia, as transações consideradas “criminosas” pelos especialistas da Chainalysis viram um peixe no meio de um cardume: representam apenas 0,34% do total movimentado em todo o ano de 2023.
Com a redução significativa nas atividades de crimes no ano passado, “parece que uma nova fase de crescimento poderá em breve chegar”, disse Eric Jardine, líder de pesquisa de crimes cibernéticos da Chainalysis.
O bitcoin foi a criptomoeda preferida de hackers até 2021. Em 2022 a principal criptomoeda do mercado perdeu este posto e se manteve assim no último ano. Agora, as stablecoins, moedas que acompanham o preço de outros ativos como o dólar norte-americano, viraram as preferidas dos cibercriminosos.
A edição mais recente do relatório da Chainalysis revelou que o bitcoin foi utilizado em pouco menos de 25% de todas as transações ilícitas, muito atrás das stablecoins.
“Essa mudança do bitcoin é um desenvolvimento interessante e mais uma vez fala da maturidade do setor. Com base na recente decisão da SEC sobre ETFs de bitcoin, à medida que 2024 se desenrola, acredito que veremos um impulso para uma infraestrutura de mercado mais madura que incentivará a custódia e um ecossistema de troca mais saudáveis e competitivos nos principais mercados”, afirmou Jardine.
Por outro lado, os dados ainda apontam um crescimento nas receitas de crimes cibernéticos envolvendo criptomoedas através de golpes de ransomware, ou “sequestro virtual” e na DarkWeb.
“O crescimento das receitas de ransomware é decepcionante após as fortes quedas que vimos no ano passado e sugere que talvez os atacantes tenham se ajustado às melhorias de segurança cibernética das organizações”, concluiu Jardine em um comunicado enviado à EXAME.
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