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Repórter do Future of Money
Publicado em 20 de março de 2025 às 15h46.
A queda de quase 29% da lira turca em 24 horas tem empurrando investidores para o mercado de criptomoedas. Com isso, corretoras que operam na Turquia compartilharam números que indicam um crescimento expressivo da atividade de investidores.
Dados recentes divulgados pelas corretoras BtcTurk e Paribu indicam um crescimento no volume diário negociado de 29% e 23%, respectivamente. Já a Binance TR, braço da Binance na Turquia, compartilhou um crescimento de quase 24% na atividade dos seus clientes.
Informações divulgadas em relação à atividade na Binance também indicam que o maior salto ocorreu no par de negociação bitcoin-lira, indicando que investidores estão comprando a criptomoeda como forma de proteção e diminuindo a exposição à moeda nacional da Turquia.
A busca de investidores por criptomoedas ocorre em meio a uma forte queda da lira turca, que coincidiu com a notícia de que Ekrem Imamoglu, o principal rival do presidente Recep Tayyip Erdogan, foi preso, gerando uma forte instabilidade política no país.
Imamoglu é o atual prefeito da cidade de Istambul e é visto como um dos nomes mais fortes para disputar as próximas eleições presidenciais da Turquia. Entretanto, Erdogan tem sido acusado por organizações internacionais de intensificar medidas autoritárias nos últimos anos.
O impulso que as corretoras de criptomoedas receberam após o caso não é uma novidade. Nos últimos anos, as exchanges estão entre as maiores beneficiadas pela forte desvalorização da lira, motivada por uma interferência de Erdogan na atuação do banco central do país.
Por causa disso, turcos passaram a evitar a moeda nacional e buscar outros investimentos alternativos como forma de proteger e aumentar o seu patrimônio devido à perda de poder de compra. Assim como em outros episódios, a mesma estratégia se repetiu.
Após a lira despencar, o Banco Central da Turquia realizou uma reunião extraordinária e decidiu aumentar a taxa de juros do país em 2 pontos percentuais, de 44% para 46% ao ano. Entretanto, a moeda do país segue com dificuldades para se recuperar das fortes perdas.
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