USDT é uma das stablecoins pareadas ao dólar mais usadas no mercado (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 15h38.
Última atualização em 15 de janeiro de 2024 às 16h02.
A criptomoeda pareada ao dólar USDT expandiu sua fatia no mercado de stablecoins ao longo de 2023 e agora corresponde a 70% de todo o segmento. O ativo criado e gerenciado pela Tether registrou crescimento de 21% no último ano, se beneficiando por problemas enfrentados pelas suas principais rivais.
Os dados, compilados pelos sites The Block e DeFiLlama, apontam que o movimento de crescimento de participação de mercado da USDT começou a partir de abril de 2023, mantendo uma estabilidade entre o restante do segundo trimestre e o terceiro e então retomando sua trajetória de alta no quarto trimestre.
O levantamento aponta que na última sexta-feira, 12, a USDT chegava a US$ 99,4 bilhões em valor de mercado, ante US$ 139,52 bilhões do valor somado de todas as stablecoins. No início de 2023, a stablecoin tinha um valor de US$ 72,53 bilhões de valor de mercado, ante US$ 148,11 bilhões de todo o setor.
A USDC — que também é pareada ao dólar — manteve ao longo de 2023 sua posição como a segunda maior stablecoin do mercado, mas foi perdendo sua participação ao longo dos meses.
O início do declínio da criptomoeda coincide com o período posterior a março, quando a USDC hegou a perder sua paridade com o dólar por alguns dias. Após o anúncio de fechamento do Silicion Valley Bank, a Circle, que emite a USDC, revelou que tinha US$ 3,3 bilhões no banco em reservas que garantem a paridade da criptomoeda com o dólar. A informação gerou pânico no mercado e levou à saída de investidores.
A stablecoin chegou a valer US$ 0,87. Entretanto, ela iniciou um movimento de recuperação após os reguladores dos Estados Unidos anunciarem um plano que permitiu que os clientes do bancos acessassem seus depósitos, recuperando a paridade e a mantendo até o momento.
Mas a stablecoin que mais perdeu espaço no mercado em 2023 foi a BUSD. Em fevereiro deste ano, a Paxos, responsável por emitir a BUSD, anunciou que iria suspender a criação de novas moedas após uma ameaça de processo pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC. Desde então, ela perdeu investidores mês a mês.
Com isso, a criptomoeda perdeu a terceira colocação no setor para a DAI, que também é pareada ao dólar. O ativo, porém, passou de US$ 5,76 bilhões de valor de mercado em janeiro de 2023 para US$ 5,23 bilhões até 12 de janeiro, ou seja, houve perda de valor, mas menor que de outros projetos, permitindo um avanço no "ranking" do segmento.
Atualmente, as stablecoins correspondem por quase todo o volume movimentado de criptomoedas no Brasil. Esses ativos têm chamado a atenção de grandes empresas e ganhado cada vez mais espaço no mercado como ativos de proteção de patrimônio e forma mais barata de investir no dólar. Também no Brasil, o banco BTG Pactual se tornou o primeiro do mundo a lançar uma stablecoin pareada ao dólar, o BTG Dol.
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