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Tesla, de Elon Musk, movimenta R$ 4,3 bilhões em bitcoin e gera medo no mercado

Gigante do setor de carros elétricos comprou bitcoin como reserva de valor e movimentou ativos pela primeira vez em 2 anos

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 11h46.

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A Tesla, uma das empresas do bilionário Elon Musk, pegou o mercado de surpresa nesta semana após movimentar pela primeira vez em dois anos as unidades de bitcoin que possui como reserva. O montante equivale no momento a mais de US$ 750 milhões (R$ 4,3 bilhões, na cotação atual), gerando temores sobre impactos em caso de venda.

No momento, a fabricante de carros elétricos possui a quarta maior reserva de criptomoedas entre empresas, de acordo com dados da BitcoinTreasuries. As aquisições ocorreram em 2021, mas uma parte considerável dos ativos foram vendidos em 2022, durante o último mercado de baixa.

Os dados indicam que a Tesla possui cerca de 10 mil unidades de bitcoin atualmente. O montante é significativo e, por isso, as movimentações pela empresa de Elon Musk deixaram investidores apreensivos com uma potencial pressão de venda que poderia derrubar o preço da criptomoeda ou reduzir sua alta recente.

A movimentação não foi divulgada oficialmente pela Tesla, e por isso não há uma justificativa oficial para a decisão. Entretanto, ela foi identificada no mercado devido ao monitoramento da carteira digital da companhia em que os ativos estavam armazenados e intocados há dois anos.

Apesar da transferência atípica e do medo entre investidores, até o momento as unidades de bitcoin não foram transferidas para contas em corretoras de criptomoedas, o que seria necessário caso a empresa planejasse vender os ativos. A possibilidade, porém, ainda não foi totalmente descartada.

Motivos para a transferência

Em entrevista ao site CoinDesk, o analista Maartunn, da CryptoQuant, disse que a movimentação pode ter ocorrido por quatro razões. A primeira seria uma necessidade de cumprir com novos requisitos de compliance ou com uma auditoria interna, levando à troca de carteiras.

O segundo seria uma decisão de gerenciamento de carteiras, já que a Tesla usa mais de uma carteira digital. Há a opção, ainda, de que a transferência faça parte de uma preparação da empresa de Musk para possíveis vendas futuras da criptomoeda, o que exigiria uma transferência posterior para corretoras.

A última opção levantada é de que a movimentação de bitcoins poderia ser uma estratégia da Tesla para ter custos de transação menores no futuro e com uma velocidade maior, se aproveitando de algumas características específicas de arquitetura de redes blockchains. Até o momento, a Tesla não deu uma justificativa oficial para a transferência.

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