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Telegram usa criptomoedas para rastrear e derrubar 'maior marketplace ilegal da internet'

Plataforma de troca de mensagens identificou operações de marketplaces Haowang e Xinbi graças ao uso de ativos digitais

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 15 de maio de 2025 às 15h06.

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O Telegram conseguiu derrubar na última terça-feira, 13, dois dos principais marketplaces de comércio ilegal da internet. A operação da plataforma digital só foi possível devido a um trabalho de investigação da empresa Elliptic, que identificou a presença dos marketplaces no aplicativo a partir do rastreamento de transações com criptomoedas.

De acordo com informações fornecidas pela Elliptic, os marketplaces derrubados foram o Xinbi e o Huione, que é considerado o maior marketplace ilegal do ecossistema digital atualmente. Desde 2021, o Huione já processou mais de US$ 27 bilhões em transações ilegais usando stablecoins.

Os marketplaces operavam no Telegram a partir da criação de canais, permitindo interações entre vendedores e compradores. Combinados, os dois somam mais de US$ 35 bilhões movimentados em transações com uso de stablecoins, criptomoedas pareadas a outros ativos, em especial ao dólar.

A Elliptic afirma que, se os valores do Huione se confirmarem, o marketplace foi o maior de toda a história das plataformas de negociação ilegais na internet. Já o Xinbi seria o segundo maior, movimentando US$ 8,4 bilhões desde o ano de 2022.

Os valores são expressivos se comparados a outros marketplaces famosos da chamada dark ou deep web. O Silk Road, por exemplo, processou US$ 216 milhões em transações ilegais, enquanto o Alphabay processou US$ 639 milhões. O caso também ilustra uma mudança na lógica desses marketplaces.

No passado, era comum que eles fossem acessados a partir do navegador anônimo Tor. Mas, nos últimos anos, os projetos migraram para o Telegram, se aproveitando dos mecanismos de privacidade de mensagens e interações entre os usuários.

Marketplaces como o Huione argumentam que atuam apenas como uma ponte entre vendedores e compradores, e por isso não estariam cometendo nenhuma ilegalidade. Entretanto, os itens negociados envolvem dados pessoais, drogas e, em alguns casos, até pessoas e órgãos.

Graças à investigação da Elliptic a partir do histórico de transações de criptomoedas inserido em redes blockchain, o Telegram foi capaz de identificar os canais desses marketplaces e tirá-los do ar, na prática encerrando, mesmo que brevemente, a operação dos dois marketplaces de origem chinesa.

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