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Tecnologia do Drex só será boa quando puder 'desaparecer', diz coordenador no BC

Fabio Araujo, que coordena o desenvolvimento do Drex, falou sobre o futuro do projeto e o objetivo do Banco Central

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 19 de novembro de 2024 às 16h23.

Última atualização em 19 de novembro de 2024 às 17h19.

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O verdadeiro sucesso da tecnologia por trás do Drex seria o seu desaparecimento. A ideia pode ser contraproducente, mas foi compartilhada pelo próprio coordenador do projeto no Banco Central, Fabio Araujo, nesta terça-feira, 19. Araujo participou do evento Criptorama 2024 em um painel sobre o futuro da iniciativa de digitalização do real e criação de uma nova infraestrutura para o mercado financeiro.

Araujo avalia que "a gente está em um momento em que o mercado vem amadurecendo com uma discussão sobre a plataforma Drex". O objetivo, explica, é encontrar a "melhor forma de levar esse serviço para a mão da população" de modo a atender à principal meta da autarquia com o projeto: levar para a população ativos e serviços financeiros que, hoje, estão fora do alcance dela.

"A gente tem foco em modelos de negócio exatamente para pensar nessas questões. Como é que a gente traz os modelos de negócio que a gente tem para essa nova tecnologia? Como é que a gente faz o bom uso dessa nova tecnologia? O que é que a gente ganha com essa nova tecnologia? Isso é uma parte fundamental da equação", pontua.

A ideia, destacou o coordenador do Drex, é que a plataforma possa reunir diversos ativos, incluindo CBDs, títulos públicos e títulos de dívida de empresas. "Quando você traz todos esses elementos para dentro do mesmo ambiente, precisa ter componibilidade, uma forma simples de que os ativos se comuniquem entre si, aí você consegue dar liquidez para diversos ativos, como créditos de carbono, e uma facilidade de usar no dia a dia".

A meta é que as pessoas "tenham uma facilidade muito grande de usar esses serviços. E, além disso, as pessoas têm também lá seus ativos, um imóvel, um automóvel. Então poderia usar o ativo para garantir um empréstimo. Quando traz todos esses ativos que a gente está discutindo na segunda fase [do Drex], a gente começa a montar as bases para que os serviços possam chegar na mão das pessoas".

Araujo pontuou ainda que o maior sucesso do Drex só será atingido quando a tecnologia "desaparecer", ou seja, "quando as pessoas puderem chegar em um aplicativo e terem diferentes aplicações, diferentes vantagens, sem precisar entender a tecnologia por trás disso. Estamos caminhando para a construção dessa realidade".

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"É uma tecnologia em que a gente precisa pensar o que pode ser feito de diferente. A gente já está discutindo várias coisas, mas quando você coloca isso na mão do usuário, ele vai usar de um jeito que a gente com certeza não pensou e não usa. Então a gente precisa trazer a população para os testes também", ressaltou.

Sobre os próximos passos do projeto, Araujo explicou que o primeiro semestre de 2025 será dedicado à nova fase do piloto, em que serão testados casos de uso práticos propostos por agentes do mercado. Na metade do próximo ano será feita uma avaliação sobre os avanços e o momento do projeto, com a possibilidade de mais testes no semestre seguinte e uma avaliação do futuro da iniciativa.

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