Americanas - lojas americanas - loja em shopping do Rio de Janeiro Foto: Leandro Fonseca data: 25/01/2023 (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter do Future of Money
Publicado em 16 de junho de 2023 às 10h00.
Última atualização em 16 de junho de 2023 às 11h08.
O caso de falência da Americanas, uma das maiores empresas do Brasil, chamou a atenção de todo o país para o risco de fraude fiscal e inconsistências contábeis recentemente. No entanto, tudo poderia ter sido evitado se a empresa adotasse uma tecnologia em seus processos, segundo um especialista: o blockchain.
Na última terça-feira, 13, a Americanas reconheceu que houve fraude em seu balanço divulgado no início do ano, antes da falência. A empresa havia recebido, inclusive, uma nota alta em “governança corporativa e alta gestão” no Índice de Desenvolvimento Sustentável da B3, a bolsa brasileira, publicado na mesma época.
A nota 91,79 de 100 posicionava a Americanas entre as 20 empresas mais sustentáveis do país.
“Em um cenário de interesses conflitantes, como na miscelânea contábil da Americanas, a excelente avaliação de governança como prelúdio de um revés contábil, digno de associação com o episódio do Lehman Brothers, parece um problema até então sem solução, fadado a se repetir inúmeras vezes. Porém, a minha visão é diferente: entendo que a tecnologia blockchain permite a criação de uma camada de confiança capaz de armazenar consensos entre clientes e fornecedores a fim de garantir uma inequivocabilidade e impossibilitar a fraude”, explicou Antonio Hoffert, sócio-fundador da H3aven, startup com sede nos Estados Unidos especializada em aplicações com tecnologia blockchain em diferentes fluxos de trabalho e setores da indústria.
Antonio Hoffert explica que, por meio do blockchain, é possível blindar as informações de balanço contábil com segurança para que eles se tornem auditáveis em tempo real, sem a necessidade de auditorias externas.
“Escândalos empresariais recentes comprovam esse problema de agência das auditorias, que recebem seus pagamentos dos próprios objetos de análise. Isso afeta grandes empresas mundo afora e contamina segmentos inteiros”, opinou Hoffert.
A solução se daria mediante uma aplicação denominada mecanismo de consenso, no qual as partes integrantes de um acordo seriam capazes de registrar um acordo sobre a natureza de toda transação. Mecanismos como este são utilizados por redes blockchain para validar suas transações e tudo que é registrado nelas.
“Uma compra de uma mercadoria envolve um consenso entre duas partes: as condições de pagamento e o valor do produto. Com esse consenso registrado em blockchain, um contrato inteligente automaticamente atualizaria os demonstrativos contábeis com os resultados financeiros e físicos da transação”, explicou Hoffert.
Uma vez que a contabilidade da empresa seria totalmente validada em tempo real por terceiros que têm interesses diferentes, muitas vezes antagônicos aos da empresa, “chegamos à verdade por meio de um processo dialético registrado em um cartório agnóstico. Dessa forma, a reputação da própria cadeia de valor com a qual a organização interage se torna o lastro de sua governança contábil. Assim, os acionistas e o conselho administrativo ganham visibilidade completa da saúde financeiro/contábil sem precisar confiar em relatórios de um gestor específico”, concluiu o especialista.
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