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Tecnologia ajuda a divulgar imagem do Brasil no exterior e impulsiona turismo, diz Marcelo Freixo

Em entrevista à EXAME, presidente da Embratur destacou crescimento no turismo brasileiro em 2024, com novos recordes

Marcelo Freixo, presidente da Embratur, durante o Web Summit 2024 (Embratur/Divulgação/Divulgação)

Marcelo Freixo, presidente da Embratur, durante o Web Summit 2024 (Embratur/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 18 de abril de 2024 às 14h11.

Marcelo Freixo, presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), destacou que o papel crescente da tecnologia para impulsionar o turismo no Brasil, em especial ao ajudar na divulgação da imagem do país para o exterior, durante uma entrevista para a EXAME no Web Summit Rio 2024.

Freixo destaca que a tecnologia vem sendo usada internamente na Embratur para a "qualificação de políticas públicas", melhorando a qualidade das informações da agência e a capacidade de obter, aproveitar e explorar dados. Para isso, foi criado em 2023 o EmbraturLab, um laboratório interno da agência para testar diferentes aplicações de novas tecnologias.

A chave, segundo Freixo, é entender "como a tecnologia pode fazer o mundo ficar melhor. Em geral, as pessoas usam a tecnologia para não se deslocar. No turismo a ideia é o contrário, usar a tecnologia para se deslocar, gerar um encontro, e o encontro é a grande manifestação da tecnologia no mundo. Turismo é conexão, e a tecnologia tem a ver com isso, apresentar culturas diferentes, biomas diferentes, tornar o mundo melhor".

Na visão do político, a inovação ajuda a "facilitar a comunicação", o que tem motivo a Embratur a encontrar formas de explorar as tecnologias para criar novas interfaces no turismo brasileiro. Um exemplo é a Rota Literária, uma "revisita pelo centro da cidade do Rio de Janeiro a partir da literatura, usando inovação, georreferenciamento e QR Codes. A inovação permite isso".

Já em feiras internacionais, a Embratur tem utilizado a tecnologia de realidade virtual para divulgar diferentes destinos do Brasil, criando experiências mais imersivas. O movimento também se aliou a um esforço da Embratur para um "retorno ao cenário mundial e realizar uma nova apresentação do país para fora".

"Nós encontramos um cenário de desgaste diplomático, falta de orçamento, tensões com países importantes em termos de turistas. Temos buscado uma retomada de relações com esses países, com visitas, uma rearticulação. É um esforço de mudança de imagem para o Brasil voltar para a prateleira do mundo", afirma Freixo.

Agora, ele acredita que o Brasil está "colhendo os frutos" desse trabalho. Dados divulgados pela Embratur apontam que a chega de turistas internacionais no Brasil em março de 2024 teve o maior número registrado para o mês na história. Ao todo, foram 740.483 turistas entrando no Brasil, contra 577.215 em 2023.

Nos dados trimestrais, o Brasil registrou 2.530.526 entradas de turistas, o segundo melhor número para o primeiro trimestre do ano, atrás apenas de 2018. Na divisão por país de origem dos turistas, a Argentina e o Chile são os líderes, seguidos pelos Estados Unidos, Paraguai, Uruguai e Portugal.

Freixo comenta que os números mostram a importância da integração entre os países da América do Sul para o turismo brasileiro, um dos pontos prioritários na atuação da Embratur. "Janeiro foi o melhor mês da história em termos de receita, e março foi o melhor em termos de entradas. Em 2023 já recuperamos as perdas na pandemia e agora estão superando", destaca.

Questionado sobre a meta da Embratur para turistas até o fim de 2026, Freixo pontuou que "questões internacionais", incluindo tensões geopolíticas, afetam os fluxos de turistas, mas a expectativa é que "se tudo ocorrer bem, passaremos de 7 milhões de turistas, se aproximando de 8 milhões, e com a arrecadação crescendo a cada ano. Em 2023, ela foi de US$ 6,9 bilhões".

"Sempre fala que o Brasil não é só sol e praia, é cultura, gastronomia, e a tecnologia e a inovação podem dar esse acesso. Acredito que estamos no caminho certo, o Brasil tem dimensão continental, tem duas vezes o tamanho da zona do euro, então temos que pensar em turismo interno também. A gente está a um oceano de distância pro mercado europeu e pro norte-americano", avalia.

Como desafio, Freixo pontua a necessidade de atrair mais companhias aéreas para o país, em especial as chamadas low cost, empresas de baixo custo que oferecem passagens mais baratas para o público, incentivando as viagens aéreas.

Para os próximos anos, o presidente da Embratur destaca a importância de eventos internacionais no Brasil, incluindo o Web Summit, além da cúpula do G20 no Rio de Janeiro em 2024 e o encontro da COP30 no Pará em 2025. Ele ressalta que esses eventos mostram "como o setor de eventos é muito importante. Ele desloca as pessoas para uma agenda positiva, o estado arrecada, o município arrecada, mas a cadeia é muito democrática, vai do hotel, ao restautente, do Uber, táxi, artesanato, ao vendedor, todos saem ganhando".

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