Stock Car fechou parceria com o metaverso Upland (José Mario Dias / Stock Car/Divulgação)
Repórter do Future of Money
Publicado em 16 de junho de 2023 às 18h01.
Última atualização em 19 de junho de 2023 às 13h28.
A Stock Car é uma das mais conhecidas e tradicionais competições automobilísticas do Brasil, e os responsáveis pela marca tem investido cada vez mais na modernização das formas de contato com o público fiel da modalidade, além de estratégias para conquistar novos fãs. Como parte dessa iniciativa, a empresa fechou recentemente uma parceria com o metaverso Upland.
O metaverso, que combina interações entre usuários e competições no ambiente virtual, vai ganhar diferentes tokens não-fungíveis (NFTs) criados pela Stock Car e que vão permitir customizar e usar carros, roupas e outros acessórios colecionáveis. Mas, além disso, esses tokens também vão oferecer vantagens exclusivas e físicas para os compradores, combinando experiências físicas e digitais. Os produtos da parceria começarão a ser disponibilizados oficialmente para o público em 9 de julho.
Em entrevista à EXAME, Gustavo Carvalho, diretor de marketing da Vicar/Stock Car, comenta que a parceria se relaciona com três "grandes objetivos como categoria e marca: engajamento, inovação e rejuvenescer o público". Com esses objetivos em mente, a marca vem investindo cada vez mais no uso de novas tecnologias, e o metaverso "vem ao encontro por essa dinâmica, de trazer novas comunidades e atrair atenção dos mais jovens".
"Nós buscamos ser pioneiros entre as ligas brasileiras em termos de tecnologia, e a entrada no metaverso está ligada a isso", ressalta Carvalho. Já Ney Neto, diretor-geral do Upland no Brasil, destaca que a parceria é "crucial" para o metaverso, ao combinar tanto a popularização dessa tecnologia no mundo dos games quanto o desejo crescente do Upland de expandir e incentivar conexões no mundo real, "para que as pessoas não fiquem só no virtual".
Neto pontua ainda que existe uma tendência crescente de grandes categorias do esporte, em especial as com grandes bases de fãs, de buscarem "se posicionar no ambiente virtual", criando uma presença em plataformas de metaverso. Nesse sentido, ele vê a parceria com a Stock Car como "um golaço". "A gente já tinha um sistema de gamificação na economia do metaverso com carros, em que os usuários compram e vendem carros, treinam pilotos, competem entre si, mas agora a gente traz a marca da Stock Car, com seus pilotos e equipes".
"Estamos muito animados com esse espelhamento, de trazer o valor dos NFTs, tendo uma performance no virtual que também segue a temporada real", destaca. O diretor do Upland explica que, com a parceria, os usuários do metaverso vão poder comprar pacotes com diferentes tipos de NFTs ligados à Stock Car, incluindo réplicas dos carros e de cada equipe.
Os NFTs poderão ser usados pelos usuários para disputar corridas nos circuitos do Upland, incluindo em um que reproduz o Autódromo de Interlagos. Há previsão, ainda, de recriar o clássico, mas já encerrado, Circuito de Jacarépagua. Também serão ofertados colecionáveis como capacete, macacões dos pilotos, luvas e conteúdos exclusivos produzidos pelos pilotos.
Carvalho explica que os NFTs só poderão circular dentro da plataforma, com o foco dos tokens sendo no uso, mas também "uma questão de status também para os jogadores, que tem um senso de pertencimento muito grande". "O jogo funciona muito nesse sentido, e a gente vem para acrescentar muito nessa vertical de auto, que eles estão querendo investir, foi um dos motivos para a escolha".
O diretor de marketing comenta ainda que os NFTs de carros serão divididos em categorias, com grau crescente de raridade, começando no "trainer" e terminando no "competitivo", uma escala de raridade que "influencia no preço e qualidade". Por fim, a aquisição desses colecionáveis rende fan points, que são usados para destravar benefícios no mundo físico.
Entre esses benefícios, Neto cita autógrafos, itens personalizados, ingressos para corridas, merchandising e até encontros com os pilotos. Carvalho destaca que "é fundamental ter essa conexão com o mundo físico, ainda mais tendo possibilidades de acesso e experiência. É importante trazer um novo público, mas para ele permanecer precisa passar para o mundo físico, sempre trabalhamos com essa ideia da pessoa sair da TV e ir para o autódromo".
Ele avalia ainda que temas como metaverso e NFTs "ainda não são muito explorados" pelo segmento esportivo no Brasil. Mas ele vê um grande potencial nessa área, principalmente porque "o brasileiro tem entedido isso um pouco mais, buscado participar, é um público super engajado. Cada vez mais estamos dando passos para entrar nesse tipo de mundo com oportunidades financeiras e de jogabilidade, interação. Comparado com outros países, temos muito que caminhar, mas o brasileiro é curioso".
Além disso, Neto também acredita que iniciativas de integração entre empresas e marcas tradicionais e novas tecnologias e projetos como o Upland mostra que o metaverso tem conseguido sobreviver para além do "ciclod e hype", que na visão dele se concentra agora na inteligência artificial". "O metaverso tem tido uma estabilidade. As pessoas acham que é só metaverso, ou só inteligência artificial, mas não é isso, os dois têm espaço para crescer".
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