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Startup brasileira lança ferramenta para compra coletiva e fracionamento de NFTs da OpenSea

Sistema permite que NFTs à venda na maior plataforma do mundo sejam comprados por grupos de investidores, facilitando o acesso de qualquer pessoa aos tokens mais desejados

NFTs mais famosos e cobiçados chegam a custar milhões de dólares (d3sign/Getty Images)

NFTs mais famosos e cobiçados chegam a custar milhões de dólares (d3sign/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 7 de junho de 2022 às 16h30.

Última atualização em 7 de junho de 2022 às 17h02.

A startup brasileira NFTFY anunciou nesta semana o lançamento da ferramenta RockPool, que permite a seus usuários a aquisição de NFTs em um sistema de compra coletiva, uma espécie de crowdfunding de NFTs, que torna possível a negociação de frações de NFTs e abre espaço para que qualquer pessoa possa ser dona de um NFT de milhares ou milhões de dólares — ou, pelo menos, de uma parte dele.

(Mynt/Divulgação)

A RockPool é integrada diretamente à OpenSea, maior marketplace de NFTs do mundo. Assim, os usuários podem comprar os NFTs diretamente na plataforma. Primeiro, o usuário se conecta à sua carteira, acessa a OpenSea e escolhe o NFT que deseja comprar. Em seguida, copia a URL, cola na plataforma RockPool e cria um "pool". Tão logo o valor do NFT seja alcançado pelos participantes do "pool", a ferramenta faz automaticamente a compra do ativo, via contrato inteligente, e fraciona o ativo entre os participantes do pool.

Os "pools" podem ser públicos, visíveis e abertos para quaisquer usuários da plataforma, ou privados, disponíveis apenas para convidados do criador do pool. Neste caso, a ferramenta dá também a opção de uma "taxa de curadoria" para o criador do "pool", que ele pode estabelecer no valor desejado.

Segundo a NFTFY, a plataforma pretende facilitar o acesso e a inclusão de investidores com menor poder aquisitivo ao mercado de NFTs. Além disso, explica que o sistema automatizado também permite a posse de frações maiores ou menores de um NFT: "As frações são distribuídas de acordo com o que cada participante do 'pool' investiu. Se o usuário entrou com o aporte de 50% do valor monetário, terá 50% das frações do NFT”, explica Leonardo Carvalho, CEO da NFTFY, que ressalta que o NFT da OpenSea precisa estar listado a preço fixo, não pode ser de bid nem de leilão.

Leonardo também explica que os usuários ainda continuarão comprando os NFTs na Opensea. A diferença é que agora não há mais a necessidade de ter de juntar ou investir sozinho uma grande quantidade de dinheiro, em criptomoedas, para ter um ativo de renome. Basta criar um pool e juntar outros interessados em adquirir aquele NFT, para ter uma fração dele.

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"Com isso, é possível mitigar o risco do valor alto na compra de um só ativo. É possível investir de forma diversificada e ter frações de vários NFTs. Além disso, com a NFTFY e a Rockpool a divisão fica certinha no smart contract, a única parte que você pode comprar ou vender é a sua fração, o que traz mais segurança ao processo”, destacou.

Ao utilizar a RockPool para fazer uma compra coletiva de um NFT, os usuários receberão em suas carteiras tokens que equivalem à suas respectivas participações naquele NFT. O original, entretanto, ficará armazenado em staking em um contrato inteligente, programado para permitir a venda ou a retirada do NFT apenas mediante o pagamento do preço de saída (que é distribuído proporcionalmente aos "acionistas") ou com a titularidade de 100% das frações.

A geração de receitas da plataforma se dá pela cobrança de uma taxa de 5% sobre o valor do NFT fracionado, que é dividido entre todos aqueles que comprarem uma fração do token.

Apesar de ser uma solução interessante para quem participar do mercado de NFTs como investidor, buscando lucro com operações de compra e venda de tokens não fungíveis, a opção do fracionamento perde sentido para quem busca os benefícios de ter um NFT de coleções famosas — como acesso a grupos, eventos ou a utilização do mesmo como foto de perfil na redes sociais.

Com o fracionamento, essas funções e utilidades ficam "congeladas", e não podem ser usadas pelos "acionistas" do token, já que o seu proprietário "real" é um contrato inteligente. A NFTFY, entretanto, pretende oferecer uma outra ferramenta no futuro que vai possibilitar a utilização desses benefícios: "Estamos também desenvolvendo uma nova ferramenta que possibilita o gerenciamento de treasury, e com ele será possível acessar alguns benefícios on-chain como saque de airdrops além de diversas outras operações", disse Leonardo.

Ele também comentou que, mesmo sem acesso aos benefícios, as utilidades dos NFTs podem ser positivas para os proprietários de suas frações: "Uma vez que benefícios são criados ou adicionados a um NFT, o seu valor agregado vai subindo até se tornar interessante executar o 'redeem', ou seja, comprar o NFT inteiro e explorar todo aqueles benefícios atrelados a ele, como airdrops, acessos a festas e grupos, entre outros", completou.

Com o aumento no interesse por NFTs desde o ano passado, grandes coleções se tornaram um objeto de desejo para muitos entusiastas dessa tecnologia, mas também inacessíveis para a maioria. Com o fracionamento, abre-se uma possibilidade nova de participação e até investimento — que, é claro, exige bastante cuidado, já que se trata de um mercado novo, com pouca regulação, muita volatilidade e baseado principalmente em especulação.

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