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Especialista em criptoativos
Publicado em 25 de agosto de 2024 às 11h00.
2024 tem sido um ano interessante para a rede do Bitcoin. De motor da revolucionária moeda descentralizada, o ambiente avançou para abrigar novos propósitos e casos de uso do blockchain, como os Ordinals e Runes.
Esta semana, outra novidade movimentou esse ecossistema em ascensão: o lançamento do staking de bitcoin pelo protocolo Babylon.
O conceito de staking está tradicionalmente associado aos blockchains que usam o mecanismo de consenso Proof of Stake (PoS), como Ethereum, Cardano, e Solana.
O Bitcoin, por outro lado, funciona através do mecanismo Proof of Work (PoW). O Babylon traz uma inovação que permite o uso de bitcoin para staking em sistemas PoS, mesmo que o próprio bitcoin opere em PoW. E sem abrir mão da autocustódia.
O sistema de staking desenvolvido pela Babylon Labs acaba de inaugurar sua “Fase 1”, de “bloqueio apenas” - como diz o time. Isso significa que os usuários podem bloquear suas moedas, mas os rendimentos desse bloqueio não serão distribuídos imediatamente aos stakers.
A plataforma vem crescendo com o apoio de gigantes. Em maio, levantou US$ 70 milhões com a Paradigm, tendo ainda investidores como Binance Labs e Polychain Capital.
É o ativo assumindo novos papéis dentro da economia descentralizada.
O lançamento do Babylon foi um sucesso. O head de Research do CryptoQuant, Julio Moreno, publicou no Twitter que a taxa de transação de BTC disparou de 0,5 para 60 BTC por hora durante o evento.
O motivo do disparo? Uma corrida dos usuários para bloquear suas moedas no protocolo, que limitou o staking inicialmente a 1.000 bitcoins.
O gráfico abaixo mostra a relação das taxas em quantidade de bitcoin (no eixo esquerdo) e o número de transações (no eixo direito) por hora.
Por que tanto frisson em torno do staking? Vamos entender um pouco mais sobre esse mecanismo e os diferenciais do staking proposto pela Babylon.
O staking de criptomoedas é o processo de depositar/travar ativos digitais em uma carteira ou contrato inteligente para apoiar as operações de um blockchain. Em troca, recebem recompensas com base no tempo em que mantêm esses ativos na carteira.
É um mecanismo comum em blockchains que usam o modelo de consenso Prova de Participação ou Proof-of-Stake (PoS), onde os validadores são escolhidos com base na quantidade de cripto que possuem e estão dispostos a bloquear.
Os validadores se encarregam de verificar novos blocos de transações e adicioná-los à cadeia. Eles recebem recompensas em forma de novos tokens ou uma parte das taxas de transação. Essas recompensas são distribuídas de forma proporcional à quantidade de tokens bloqueados.
Staking centralizado: É quando o depósito é feito em uma plataforma ou exchange, que se encarrega do staking em nome do usuário. A exchange gerencia a operação e distribui as recompensas, geralmente cobrando uma taxa. Fica responsável também pela custódia dos fundos.
Staking descentralizado: Nessa modalidade, as criptos em staking são geralmente mantidas em um contrato inteligente, mas ainda sob a custódia do staker. É uma maneira de emprestar o seu poder econômico para uma rede e ser recompensado por isso.
O staking é uma forma de fazer as suas criptos renderem sem precisar despender grande energia. Mas, a exemplo de toda aplicação financeira, oferece riscos:
Riscos de bloqueio: Ao travar suas criptos durante um período pré-determinado, o investidor pode ficar impedido de usar e vendê-las. Assim, fica sujeito à volatilidade de mercado, vendo o preço flutuar sem poder fazer nada.
Complexidade técnica: O staking pode exigir do investidor um conhecimento mais técnico, principalmente em projetos DeFi.
Riscos de ataques hacker: O ambiente DeFi como um todo é extremamente atraente para os hackers. Eles sofisticam suas táticas com o tempo e aproveitam para explorar vulnerabilidades dos sistemas.
Projetos sólidos como Ethereum, Cardano, Polkadot e Solana oferecem staking nativo, ou seja, diretamente em suas redes.
Como vimos, o protocolo Babylon chega para desbloquear recursos inovadores que permitem fazer staking de bitcoin em redes PoS.
Os diferenciais que a ferramenta propõe:Sem necessidade de pontes (bridges): Os bitcoins são usados diretamente para staking em outros blockchains sem precisar ser transferidos para outra rede através de pontes. Pontes são conhecidas por sua vulnerabilidade, trazendo uma camada adicional de risco às operações.
Sem necessidade de wrapping: A proposta da Babylon elimina a necessidade de encapsular ou envelopar (wrap) o bitcoin para fazer staking em redes que normalmente não lhe dão suporte. No caso do Babylon, é feito o uso de bitcoins diretamente.
Sem custódia de terceiros: Os usuários ficam no controle dos seus bitcoins, pois mantêm suas chaves privadas, sem comprometer a autocustódia.
O lançamento do staking de bitcoin pelo Babylon mostra que, mesmo dentro de uma rede tão consolidada, existe espaço para novas funcionalidades que ampliam as possibilidades de uso e benefícios.
Lembrando sempre que se trata de uma iniciativa em estágio inicial e o investidor precisa estar consciente dos riscos caso decida experimentar.
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