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Editor do Future of Money
Publicado em 23 de maio de 2025 às 17h34.
Analistas do JPMorgan divergiram de diversas gestoras e especialistas e afirmaram em um relatório nesta semana que o mercado de stablecoins não deve atingir o tamanho trilionário projetado por alguns. O banco acredita que há um "excesso de otimismo" atualmente sobre o potencial do segmento.
Em relatório, o banco destacou que projeções recentes apontam que essas criptomoedas pareadas a outros ativos - em geral ao dólar - seriam capazes de saltar de uma capitalização atual de US$ 240 bilhões para mais de US$ 1 trilhão apenas nos próximos dois anos.
Apesar de ver um potencial de crescimento desses ativos, o JPMorgan não acredita que ele teria essa magnitude. O banco descarta a possibilidade mesmo com a tendência de aprovação em 2025 da primeira regulamentação específica para as stablecoins nos Estados Unidos.
O banco destacou que os projetos atualmente em análise nos Estados Unidos proíbem o pagamento de juros para donos de stablecoins e buscam concentrar o uso desses ativos na área de pagamentos. A tendência é que essa restrição limite o potencial de crescimento dos ativos.
Do contrário, essas criptomoedas teriam capacidade para competir com fundos tradicionais do mercado. A tendência, porém, é que isso não ocorra, tirando de alcance um mercado que movimentou US$ 900 bilhões nos Estados Unidos apenas ao longo de 2024.
"O crescimento dessas stablecoins sem pagamento de juros ao longo do tempo dependeria principalmente de dois fatores: seu uso em sistemas de pagamento e a expansão mais ampla do ecossistema de criptomoedas. Quanto maior o uso de tokens de criptomoedas em aplicações do mundo real ou maior a atividade em áreas como DeFi, NFTs ou outras aplicações, maior a capitalização de mercado geral das criptomoedas", explica o relatório.
"Consideramos otimista demais a ideia de triplicar ou quadruplicar o valor do segmento das stablecoins nos próximos um ou dois anos", destacam. A visão diverge da apresentada por outros bancos, como o Standard Chartered e o Citi, que compartilharam projeções trilionárias recentemente.
O JPMorgan também espera que o segmento enfrenta um forte escrutínio regulatório, em especial em torno das reservas usadas para garantir a paridade das stablecoins com o dólar. Segundo o banco, a Tether, dona da USDT, deve ser a maior prejudicada pela regulação nos EUA.
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