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Social investing: app com "laboratório" no Brasil quer mudar forma de investir em cripto

Em entrevista à EXAME, executivos da token.com destacam necessidade de adaptação a novos hábitos de investimento entre jovens

William Ou e Mel Gelderman, da Token.com (Token.com/Divulgação/Divulgação)

William Ou e Mel Gelderman, da Token.com (Token.com/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 21 de abril de 2024 às 13h15.

Os criptoativos e a tokenização têm o potencial de democratizar os investimentos, mas a entrada nesse mundo ainda é difícil e acaba afastando o grande público. Essa foi a reflexão que origem ao Token.com, um aplicativo que combina investimentos e rede social e busca refletir os novos hábitos de investimento dos jovens, segundo Mel Gelderman, CEO e fundador da empresa.

Em entrevista à EXAME durante o Web Summit Rio 2024 junto com o CEO no Brasil da companhia, William Ou, Gelderman destacou que os tokens têm o potencial de ser a "nova forma da economia moderna. Os tokens são o dinheiro criado pelas pessoas na internet a partir de ideias. As criptomoedas foram o primeiro experimentação nessa direção, mas no futuro quase tudo vai poder ser representado por tokens".

Na visão do executivo, esse potencial também permitirá que os tokens "possam receber o investimento de qualquer um", ajudando a alavancar projetos. Entretanto, ele destaca que a cultura em torno desse mundo é diferente da do mercado tradicional, incluindo entre os investidores.

Ao mesmo tempo, Gelderman diz que há um "problema de comunicação" no setor: "podemos ter milhões de tokens, mas se as pessoas não sabem o que eles são, ninguém vai investir". A ideia da Token.com é resolver esses dois problemas por meio da incorporação da lógica dos aplicativos de redes sociais, em especial os de vídeos curtos, como TikTok, Kwai e Instagram.

No aplicativo, os usuários encontram conteúdos em vídeos sobre tokens e, se houver interesse, podem investir neles apertando um botão equivalente ao da curtida em outros aplicativos. O resultado é o que Gelderman chama de "social investing", uma nova forma de conhecer e investir em ativos a partir de uma lógica de interação das redes sociais.

CEO da empresa no Brasil, William Ou comenta que o aplicativo teve sua primeira versão lançada em 2022 no Brasil, que serviu como um "mercado teste, um laboratório" para o projeto. Dois anos depois, o aplicativo cresceu e pretende realizar um lançamento em mais 20 países nos próximos meses.

Na visão de Ou, o Token.com é um "aplicativo moldado pelos brasileiros, mas para o mundo". "Os tokens são mais sociáveis, você se identifica mais com eles do que com os ativos tradicionais. No mercado tradicional, às vezes você nem sabe direito o que está comprando", avalia.

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Gelderman também acredita que "o mundo de amanhã é muito mais tokenizado", e que isso permitirá ocupar um espaço que existe hoje entre a grande quantidade de empresas no mundo e a parcela relativamente pequena de companhias disponíveis para investimento no mercado.

"O futuro é cansativo, acredito que a tecnologia já está e vai transformar o mundo, e quero investir em tudo que me anima, e é esse app que estamos construindo", explica o CEO. Na visão dele, a tendência para o futuro é de um "Hipercapitalismo", em que "qualquer um pode ser investido por qualquer um".

Ele pontua ainda que "o mercado tradicional é feito para quem entende dele, mas o investimento virou uma necessidade para todos, para não perder o dinheiro", mas isso cria um problema devido à falta de acessibilidade para a população em geral. E esse problema continua existindo no mundo cripto.

Por isso, Gelderman acredita que a experiência dos usuários é a grande barreira para a adoção da Web3: "Se você vê as maiores exchanges hoje, todas elas lutam para passar de 100 mil usuários e dinheiro não é problema para elas. Mas as experiências e interfaces de usuários  não são receptivas e simples para muitas pessoas. Isso deixa cripto chato e estagnado".

"Os aplicativos que passaram de 100 mil, os de redes sociais, estão focados em storytelling, com vídeo, imagem. Eles geram emoção. Se uma empresa de Web3 quer competir com uma de Web2, a interface tem que ser tão boa quanto. Fazer a pessoa sentir bem", diz.

E, mesmo reconhecendo o potencial viciante das redes sociais, Gelderman defende que o "social investing" pode "ser melhor". "No TikTok, você usa e sente que perdeu 1 hora de vida lá, mas em um aplicativo como o nosso, na mesma hora investiu em tantas coisas que fez algo bom para a sua vida, investiu no que acha mais interessante. A primeira geração de redes sociais inovaram pela interface, mas não conseguiram usar isso para fazer muito o bem, essa nova geração de investimento pode gerar grandes benefícios", defende.

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