Presidente do Banco Central disse que autarquia busca criar espécie de "super app" financeiro ligado à Web3 (Adriano Machado/Reuters)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 24 de novembro de 2022 às 10h50.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a afirmar que o sistema financeiro tradicional está migrando para uma economia tokenizada na qual os ativos são transformados em tokens abrindo novas possibilidades de negociação e democratização de acesso.
Ele falou sobre o tema durante um evento promovido pela BlackRock Brasil, e declarou que nesta mudança de "suporte" econômico a tendência é que todos os bens como arte, fotos, propriedades e até mesmo ideias e o dinheiro ganhem uma versão digital tokenizada por meio de um ledger distribuído para que o ativo seja verificável e transferível com divisibilidade.
Campos Neto destacou que as ações em torno do metaverso refletem esta mudança de paradigma econômico, pois refletem o potencial da tokenização. Para ele, o metaverso é o próprio ambiente digital tokenizado, ou seja, uma parte indissociável da vida física que começa a existir em foma de tokens.
"Isso está apenas no começo! Se a tese da tokenização for verdadeira, então o século 21 será um período de criação de redes multi-ativos, reguladas, globais e tokenizadas", ressaltou em sua apresentação.
Durante a apresentação, Campos Neto usou essa mudança de paradigma para justificar as agendas do Banco Central que atuam na modernização do sistema econômico nacional, em especial a agenda BC#. Nesta linha, citou os avanços do Pix, Open Finance e do Real Digital.
Ele explicou que as três principais frentes do BC atuam em setores diferentes desta transformação digital, mas tem como foco promover a competição, a diversidade de atores no sistema econômico e promover a entrada de mais pessoas na economia. Além disso, têm o intuito de adaptar a economia nacional para a nova era da tokenização.
Nesta linha, assim como o Pix, Campos Neto disse que o Open Finance vem crescendo no país e já atingiu a marca de mais de 350 milhões de chamadas de API, revelando que os usuários aceitaram promover o compartilhamento de dados entre instituições financeiras. Estas, por sua vez, estão habilitando serviços que funcionam a partir deste compartilhamento.
Sobre o Real Digital, o presidente do BC destacou a agenda de curto prazo para a moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) nacional. Ele citou janeiro de 2023 como o encerramento da primeira fase do projeto, na qual as empresas devem apresentar suas soluções ao BC, que vai avaliar os projetos e decidir qual seguirá e integrará o projeto-piloto.
O presidente também observou que todos os projetos da agenda BC# integram uma agenda integrada que habilita para os usuários uma espécie de "super app" financeiro com diversos serviços integrados e que permitem ao cidadão "viver" sua vida física e digital sem fricção e sem a necessidade do uso de protocolos diferenciados.
A proposta do BC, segundo Campos Neto, é uma forma de "Web3 financeira", permitindo ao usuário acessar diferentes serviços e plataformas com uma credencial única na qual ele pode habilitar e desabilitar o compartilhamento de suas informações com determinadas instituições, mantendo assim o controle de seus dados.
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