Crença de que as criptomoedas só são utilizadas por criminosos para lavagem de dinheiro pode estar chegando ao fim (D-Keine/Getty Images)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 23 de fevereiro de 2022 às 11h24.
A maneira como os agentes da lei discutem as criptomoedas e tratam seus usuários está mudando significativamente nos Estados Unidos. O Serviço Secreto do país lançou um hub de conscientização sobre as criptomoedas, e anunciou o feito com um vídeo no YouTube.
A ferramenta educacional da instituição pública norte-americana busca combater o “uso ilícito de ativos digitais, bem como fornecer informações de conscientização pública sobre a segurança de ativos digitais e como garantir que eles permaneçam seguros”.
O diretor assistente do Escritório de Investigações do Serviço Secreto dos EUA, Jeremy Sheridan, afirmou que o hub é focado em “investigar crimes financeiros”. O objetivo é “identificar, prender e processar os envolvidos em crimes com ativos digitais”. No entanto, é fundamental observar que a linguagem e o tom usados em relação às criptomoedas são positivos.
O anúncio de lançamento admite que “as moedas digitais e as criptomoedas continuam se tornando formas de pagamento cada vez mais populares”, daí a necessidade do Serviço Secreto promover serviços de alto nível no setor.
O lançamento do hub de conscientização sobre as criptomoedas ocorre dois anos depois que o Serviço Secreto fundou a Força-Tarefa de Crimes Cibernéticos Relacionados a Finanças. As primeiras atividades relacionadas a criptomoedas apenas mostraram sua preocupação com as maneiras pelas quais as criptomoedas poderiam ser usadas para fazer transações ilegais online.
No que poderia ser classificado como uma pequena vitória para a comunidade cripto, esta indústria pode estar finalmente perdendo sua reputação de ser um paraíso para crimes cibernéticos e atividades ilícitas. Como por exemplo, a crença de que o mundo cripto era reservado para criminosos e usuários de drogas.
Agora, o Serviço Secreto admite que: “Investimentos e transações usando criptomoedas e ativos digitais não são intrínsecamente criminosos.”
De um modo geral, o uso de criptomoedas em um blockchain transparente e retroativo faz pouco sentido para atividades financeiras ilícitas, devido à maneira como os blockchains podem ser facilmente monitorados e rastreados. Um exemplo é a história da Bitfinex, que vai virar uma “docusérie” da Netflix. O caso envolvendo um casal de improváveis criminosos deixou esse ponto muito claro: é muito difícil lavar dinheiro usando o blockchain.
Em última análise, se as pessoas querem ser pagas para fazer coisas ruins, ainda é melhor receber o dinheiro em espécie.
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