Mineração é serviço feito por computadores para validar transações do bitcoin (Bloomberg/Getty Images)
Nos últimos dias, um importante indicador do blockchain do Bitcoin bateu novos recordes. Trata-se da hashrate, que serve como um medidor para a segurança da rede. Isso quer dizer que o bitcoin está mais seguro do que nunca. No entanto, com o aumento da taxa e a queda nos preços, mineradores podem ter problemas para lucrar a partir do serviço.
Isso porque o funcionamento da rede Bitcoin depende do mecanismo da prova de trabalho (PoW) para validar suas transações, através da mineração.
Há pouco mais de uma década, o bitcoin foi a primeira aplicação bem-sucedida e em massa da tecnologia blockchain. Desta forma, as moedas digitais se tornaram realidade e puderam ser transacionadas de forma completamente online. E a solução encontrada para realizar a validação de tais transações foi a “mineração”, que paga recompensas em criptomoedas por cada bloco validado no blockchain.
Para fornecer este tipo de serviço à rede e receber as recompensas, é necessário investir em um equipamento específico, chamado de ASIC. No entanto, a prática gera polêmica entre organizações ambientais em todo o mundo, incluindo o Greenpeace, por conta do seu alto consumo de energia.
Para a mineração, acompanhar o hashrate é importantíssimo, aponta Ricardo Alcofra, diretor de ativos digitais no BTG Pactual.
“O acompanhamento do hashrate é importantíssimo na mineração, pois pode indicar um aumento ou redução na dificuldade de mineração que ocorre a um ciclo de aproximadamente 15 dias, e impacta na recompensa em bitcoins do minerador”, explicou.
Além de atuar diretamente na segurança da rede, o alto hashrate pode se tornar um motivo de preocupação para mineradores.
“No que diz respeito ao retorno do minerador, o aumento do hashrate sem um aumento do preço do bitcoin acaba comprimindo o retorno do minerador, que precisa pagar os custos de energia, hospedagem e depreciação do equipamento em moeda corrente”, explicou Alcofra.
Atualmente, os Estados Unidos lideram como o maior contribuinte para o hashrate do Bitcoin, com a Geórgia liderando com 30,8%, seguida pelo Texas (11,2%), Kentucky (10,9%) e Nova York (9,8%).
No entanto, nem tudo é negativo para o setor da mineração, pontuou o diretor de ativos digitais no BTG Pactual. Também são nestes momentos que os mineradores podem ter melhores oportunidades para investir em equipamentos melhores.
“O aumento do hashrate pode representar expansão de atuais mineradores, novos entrantes ou até mesmo de um aumento de eficiência, onde antigos mineradores trocam seus equipamentos por máquinas de melhor performance”, disse.
Ao investidor final, o saldo também é extremamente positivo. “O aumento do hashrate demonstra para o investidor final de bitcoin uma maior confiabilidade no sistema, dado o crescimento da sua infraestrutura que pode ser em uma determinada região geográfica ou em várias partes do planeta”, concluiu Alcofra.
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