ETFs de criptomoedas são a opção preferida de investidores profissionais (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 17h45.
Última atualização em 10 de janeiro de 2024 às 18h58.
A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, aprovou nesta quarta-feira, 10, os 11 pedidos de gestoras para o lançamento de ETFs de bitcoin. Até então, o país não contava com nenhum fundo negociado em bolsa de preço à vista da criptomoeda, mas a aprovação era dada como certa no mercado há algumas semanas.
A expectativa de especialistas era que o regulador aprovaria mais de um pedido até o dia 10 de janeiro, data limite para a análise de uma solicitação da Ark Invest, gestora controlada por Cathie Wood e focada em novas tecnologias. Outros pedidos com aprovação esperada eram os das gestoras BlackRock - a maior do mundo - e Fidelity.
Na terça-feira, 9, a conta da SEC no X, antigo Twitter, chegou a divulgar que os pedidos tinham sido aprovados. Pouco depois, o presidente da autarquia, Gary Gensler, fez um post na sua própria conta negando a informação e afirmando que o perfil do regulador foi alvo de um ataque hacker.
Confira a lista completa de ETFs de bitcoin aprovados e as gestoras responsáveis:
A expectativa agora é que os ETFs de bitcoin sejam disponibilizados para os investidores na quinta-feira, 11. No momento, o mercado dos Estados Unidos conta apenas com ETFs de preços futuros da criptomoeda, lançados em 2021 e que são negociados na bolsa de Chicago.
Já os novos ETFs de preço à vista deverão ser disponibilizados nas bolsas de Nasdaq, focada em produtos de investimento voltados para o setor de tecnologia, de Nova York e de Chicago.
Também nesta quarta-feira, 10, a Bolsa de Chicago divulgou autorizações para o lançamento na próxima quinta-feira dos ETFs da Invesco/Galaxy, Franklin Templeton, Ark Invest, VanEck, Fidelity e WisdomTree. Os ETFs restante serão lançados nas bolsas de Nasdaq Nova York, incluindo o da BlackRock.
A corretora de criptomoedas Coinbase será a responsável pela custódia das criptomoedas que serão adquiridas pela maioria dos ETFs para a garantia de acompanhamento do preço do bitcoin. Além disso, diversas empresas do mercado cripto comemoraram a aprovação, projetando um "novo ciclo" para o setor.
Em um comunicado, o presidente da SEC, Gary Gensler, lembrou que o regulador negou anteriormente 20 pedidos de lançamento de ETFs de bitcoin e que os aprovados "eram semelhantes", mas que "as circunstâncias mudaram". Ele destacou ainda que os novos produtos de investimento contarão com "garantias adicionais" de proteção a investidores, já que serão lançados em ambientes regulados de negociação.
"Embora tenhamos aprovado hoje a listagem e negociação de certas ações de ETFs de bitcoin à vista, não aprovamos nem endossamos o bitcoin. Os investidores devem permanecer cautelosos sobre a miríade de riscos associados ao bitcoin e aos produtos cujo valor está vinculado a criptomoedas", destacou.
Os ETFs de bitcoin eram amplamente esperados por investidores e entusiastas de criptomoedas há anos. Eles são considerados uma opção mais simples e segura de investimento que tem o potencial de atrair investidores institucionais para o mundo das criptomoedas.
Além disso, os pedidos de gestoras consolidadas, em especial a BlackRock - com R$ 25 trilhões em ativos sob gestão - também pode reforçar essa atratividade ao servir como uma validação do bitcoin. Em 2023, o CEO da empresa avaliou que o investimento na criptomoeda seria uma "fuga para a qualidade".
Em geral, especialistas acreditam que os ETFs deverão impulsionar ainda mais o bitcoin nos próximos meses, gerando um fluxo de capital e aumentando a demanda pelo ativo. Alguns relatórios projetam que o evento poderá ajudar a criptomoeda a chegar à casa dos US$ 100 mil ainda em 2024, podendo atrair quantias significativas de investidores.
Essas projeções animaram investidores ao longo do segundo semestre de 2023, logo após os primeiros pedidos. Além disso, derrotas judiciais da SEC no mesmo período, em especial em um processo contra a Grayscale, derrubaram os argumentos do regulador para reprovar os pedidos, levando o regulador a mudar sua postura e trabalhar em conjunto com as gestoras para a complementação dos pedidos, facilitando a aprovação.
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