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Santander também adota blockchain e faz emissão milionária de ativos tokenizados

Operação foi coordenada pela Vórtx DVTM para atender a uma demanda da Indigo, que atua na área de estacionamentos

Operação que fez parte do sandbox regulatório promovido pela CVM para a área de tokenização e blockchain (blackdovfx/Getty Images)

Operação que fez parte do sandbox regulatório promovido pela CVM para a área de tokenização e blockchain (blackdovfx/Getty Images)

O Banco Santander Brasil concluiu nesta semana a emissão de R$ 40 milhões em debêntures tokenizados ligados à Indigo, empresa líder na área de gestão de estacionamentos no país. A operação foi coordenada pela tokenizadora Vórtx DTVM e marca a adoção de mais uma grande banco brasileiro pela tecnologia blockchain, em lista que já tem nomes de peso como BTG Pactual, Itaú e Banco do Brasil, entre outros.

Ao todo, foram emitidos 40 mil tokens que foram adquiridos pelo próprio banco, em uma operação que fez parte do sandbox regulatório promovido pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM) para a área de tokenização e uso de blockchain.

Segundo os envolvidos, a operação foi a primeira do mundo para o segmento de estacionamentos. Caio Osser, CFO da Indigo, explica que a emissão foi sugerida pelo próprio Santander em meio à busca da empresa por um "empréstimo que envolvesse soluções inovadoras, formas de fazer negócios que fossem à frente do tempo e sejam eficientes do ponto de vista de custo, agilidade mas com proteções regulatórias adequadas".

(Mynt/Divulgação)

Para ele, os tokens atenderam a todos os requisitos: "o processo foi visto super bem, foi feito de forma muito fácil de usar, com interações tranquilas e a operação foi colocada de pé de forma super rápida com usabilidade super boa".

Sandro Marcondes, diretor de Mercado de Capitais do Santander Brasil, diz que as debêntures tokenizadas possuem vantagens como "ser uma inovação tecnológica que tende a tornar a estruturação dos papéis mais dinâmica, célere e flexível".

"A emissão tende a ter alcance maior de negociação porque pode ter acesso maior junto a investidores. Mas, para levar a uma comunidade ampla de investidores, precisa testar, tanto no âmbito da CVM quanto de compliance. Precisa passar por essas etapas de teste para ter a segurança depois e levar isso aos públicos investidores de forma legal", ressalta Marcondes.

Ele destaca que o Santander tem olhado para uma série de tendências, incluindo a tokenização, na área de digitalização, que "deverá ser cada vez mais presente no mundo das finanças globais, e no Brasil isso naturalmente também vai pegar agilidade à medida que tenha ambiente para tal".

A ideia é que a emissão seja um primeiro teste na área e que, a partir daí, o Santander colete informações necessárias para dar continuidade a outros projetos: "o processo de inovação é de aprendizado contínuo, você aprende fazendo, então a partir do momento em que participou dessa emissão, consegue levar essa informação para nossos outros clientes".

"Vamos acompanhar as próximas etapas do processo, e também buscar prospectar novas transações que permitam replicar essa experiência com outras modalidades de produtos", explica o diretor. Além disso, ele comenta que o banco pode realizar no futuro novos testes com funções como oferta para investidores institucionais e qualificados.

"São etapas que precisa testar para o desenvolvimento do mercado e emular mercado das debentures tradicionais", explica. A nível mais amplo, o Santander pretende continuar atuando na área de tokenização e digitalização, usando a blockchain no mercado financeiro.

Para Thiago Schober, diretor de novos negócios Vórtx QR Tokenizadora, a tecnologia blockchain está "na pauta de todas as grandes instituições financeiras": "Já existe um censo de que a tecnologia dominante deve ser o blockchain, e agora é uma questão de construção, como fazer. O blockchain possibilita inúmeras questões que podem ser ressignificadas, mas tudo isso, se tratando de ativo regulado, demanda um passo a passo".

No caso dos debêntures, por exemplo, a Vórtx seguiu as regras da CVM para esse tipo de ativo, mesmo ele estando tokenizado. "Com debêntures, você já parte dessa regulação, mesmo que existam questões, hoje já é algo que funciona", explica.

Além disso, ele acredita que emissões como a da Indigo ajudam "instituições financeiras, emissores, fundos a trazer o feedback, a visão do mercado, daí a importância do sandbox. O regulador não impõe uma norma, entende na prática como fazer".

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