CBDCs estão se tornando prioridade de países ao redor do mundo (Andrey Rudakov/Bloomberg)
Redação Exame
Publicado em 12 de julho de 2023 às 11h37.
A Rússia definiu que vai começar os testes com uma versão piloto do Rublo Digital a partir de agosto deste ano. A informação foi divulgada pela agência de notícias Interfax, citando um anúncio do próprio banco central do país, que é responsável pelo projeto.
O país começou a testar sua versão de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) em 2019. De acordo com dados do Banco de Compensações Internacionais (BIS), também conhecido como "banco central dos bancos centrais", o projeto está atualmente na fase de prova de conceito, que antecede o piloto. Atualmente, o BIS projeta que o mundo contará com 24 CBDCs em operação até 2030.
Agora, a Rússia vai avançar para a próxima etapa do processo, que envolve a criação e emissão de uma versão piloto do Rublo Digital, desenvolvimento e teste da sua infraestrutura e aplicação em um caso de uso prático da versão digital da moeda fiduciária do país.
A meta do banco central russo é lançar o Rublo Digital até o fim do ano de 2024, com uma modalidade de pagamentos offline prevista para 2025. A autarquia chegou a adiar os testes com o piloto neste ano, aguardando avanços no processo legislativo que possibilitam a emissão e funcionamento da CBDC.
O foco do Rublo Digital é na área de pagamentos de varejo, realizado entre pessoas ou entre pessoas e comércios e com quantidades menores de dinheiro. Segundo o banco central russo, ele deve "reduzir custos para casas e comércios, aumentar a velocidade dos pagamentos e ajudar a desenvolver produtos e serviços inovadores".
O Brasil iniciou a fase de testes com o piloto da sua CBDC, o Real Digital, antes da Rússia. A expectativa é que essa etapa se estenda pelo resto de 2023 e seja concluída em março de 2024. Se nenhum problema ocorrer, o cronograma do Banco Central envolve o lançamento do projeto para o público até o fim do próximo ano.
Entretanto, o foco de uso do Real Digital é diferente do Rublo Digital. Especialistas explicam que, no Brasil, o Pix já foi capaz de resolver muitos dos problemas na área de pagamentos no varejo, ganhando espaço como uma opção de pagamento mais ágil, sem taxa e digital. Com isso, a autarquia vê um potencial maior para a CBDC na área de atacado, envolvendo instituições financeiras.
A ideia é que o Real Digital seja usado em trocas envolvendo bancos e outras instituições, facilitando essas operações e fomentando um ecossistema de trocas a partir da tokenização de ativos. Ao mesmo tempo, está previsto o lançamento de um Real Tokenizado, que será emitido pelos próprios bancos e destinado ao varejo, mas respaldado pelas reservas das próprias instituições.
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