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Roubos de criptomoedas em 2022 têm recorde com uso de métodos criativos

Relatório aponta que criminosos buscaram combinar estratégias "diversas e não convencionais" para atacar vítimas

Mais de US$ 2 bilhões em criptomoedas foram roubados em 2022 (shapecharge/Getty Images)

Mais de US$ 2 bilhões em criptomoedas foram roubados em 2022 (shapecharge/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de fevereiro de 2023 às 11h54.

O mercado de criptomoedas registrou em 2022 a maior quantidade de fundos roubados desde o início de levantamentos sobre o tema, cerca de US$ 2,8 bilhões, e quase metade desse valor está ligado a ataques que envolveram estratégias "diversas e não convencionais", mostrando a criatividade dos criminosos.

Os dados foram divulgados pela empresa de inteligência de mercado CoinGecko e mostram que 47% dos valores roubados foram desviados a partir de uma combinação de métodos de invasão de dispositivos e contas e exploração das vítimas, incluindo manipulação de mercado e violação de métodos de verificação.

Para a empresa, "isso sugere que os hackers de criptomoedas estão explorando formas não convencionais de roubar projetos e usuários para contornar a melhoria das defesas contra os métodos mais tradicionais, como hacks de controle de acesso e ataques de empréstimo instantâneo".

O relatório da CoinGecko cita ainda três casos que ilustram a crescente criatividade dos criminosos. Em fevereiro de 2022, o Wormhole, que realiza pontes entre diferentes blockchains, foi alvo de um ataque quando hackers conseguiram burlar o sistema de verificação de contas, cunhando US$ 326 milhões em criptomoedas sem precisar informar uma garantia.

Já em agosto de 2022, outro serviço de ponte entre blockchains, o Nomad, envolveu o que o relatório classifica como o primeiro caso de "saques em massa" no mercado de criptomoedas. Os criminosos identificaram brechas no contrato inteligente do serviço que permitiam sacar qualquer valor sem provar a validade das transações. Com isso, mais de US$ 190 milhões foram roubados.

O último caso citado no relatório envolveu a corretora descentralizada Mango Markets. Em outubro de 2022, um hacker usou técnicas de manipulação de mercado para apontar uma falta de liquidez na exchange, inflando artificialmente o preço do seu token nativo e roubando US$ 116 milhões.

Na divisão pelos métodos utilizados em cada roubo, o CoinGecko determinou que a categoria "métodos diversos" liderou em 2022, somando US$ 1,3 bilhão em criptomoedas desviadas. Golpes de controle de acesso ficaram em segundo lugar, com US$ 1,07 bilhão, e os de empréstimos relâmpago em terceiro, com US$ 242 milhões.

Nos golpes de controle de acesso, os criminosos ganham acesso a uma carteira digital ou conta a partir da obtenção da chave privada dela ou pela invasão de uma rede de computadores. Já os empréstimos relâmpago envolvem obtenção de fundos usados para inflar preços de um token que, então, atrai outros investidores e é vendido a um preço maior, com o criminoso ficando com os lucros da operação.

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