Embora sejam negociados como tal, a marca vê os NFTs menos como um ativo financeiro e mais como mais uma forma de contato com o cliente fã da marca. (Divulgação/Divulgação)
De olho na transformação causada pela Web3 e a descentralização, a marca Reserva anunciou a ReservaX, frente voltada para estudar inovação e novas tecnologias. O primeiro resultado vem na forma de uma coleção de NFTs do Pistol Bird, ou "pássaro pistola", uma versão mais invocada do famoso logotipo da marca.
Em entrevista exclusiva à EXAME, Pedro Cardoso, diretor de Marketing Digital da Reserva, head de UX/UI e responsável pela Reserva X, contou mais sobre o projeto e sobre o que os fãs e colecionadores podem aguardar.
“Desde o ano passado, já estávamos de olho em projetos relacionados ao metaverso e Web3. Já entendíamos que é um caminho irreversível”, disse Pedro. “Começamos a estudar a descentralização, o blockchain, o metaverso, realidade aumentada, produtos virtuais, e percebemos que se tentássemos fazer tudo, não iríamos fazer nada”, completou.
O plano de ter presença nos metaversos foi deixado de lado após a constatação de que ainda se trata de um meio pouco consolidado. A falta de um mundo virtual principal, explica Pedro, faria com que tivessem de escolher um único para atuar.
Em setembro do ano passado, a atenção virou para os NFTs. Embora sejam negociados como tal, a marca os vê menos como um ativo financeiro e mais como mais uma forma de contato com o cliente fã da marca. “Estamos tentando encarar não tanto como um ativo financeiro, embora saibamos que vai ter esse uso. Queremos nos relacionar com o cliente, vemos os NFTs como uma forma de vínculo, por isso estamos colocando esses benefícios. Estamos vendo como uma forma de relacionamento”, disse o executivo.
Os benefícios mencionados variam de acordo com o NFT. São três classes: Admission, Creator e Royal. Todos dão direito a um moletom exclusivo com o pica-pau invocado, além de acesso a uma coleção inteira com o novo mascote para detentores dos tokens. O Royal, mais exclusivo, limitado a apenas cinco, tem como um de seus benefícios uma mentoria de uma hora com o CEO e fundador da Reserva, Rony Meisler.
A coleção será dividida em dois drops. O primeiro, que deve ser anunciado nas próximas semanas, vai contemplar somente os da classe Admission, com seis artes e 81 NFTs em cada, contemplando cinco benefícios para cada token. O segundo, vai contar com outras 6 artes, mais caras e com mais benefícios.
Existe ainda o aspecto sócio-ambiental da coleção, salientado por Pedro como uma das partes mais importantes do projeto. “Estamos fazendo a compensação da emissão de carbono de cada venda junto à Moss, empresa conhecida por neutralizar emissões, bancamos o custo e eles fazem a compensação. Além disso, temos como parceiro o Banco de Alimentos. Nessa parceria, eles entram no smart contract, ou seja, quando acontece a venda do NFT, eles já recebem automaticamente. Além disso, a cada 25% do supply vendido, fazemos a doação de 1 ether pra ONG”, explicou.
Sobre a possível entrada da marca no metaverso, ele diz que depende de dois fatores: a capacidade de ligar o produto virtual ao físico, e vice-versa, e a existência de um ambiente mais consolidado. “A pessoa que comprar o produto virtual ter direito, ou desconto, no mesmo produto no mundo físico. Sobre a consolidação, esperemos uma API, ou algo do tipo, que permita o mesmo produto estar disponível em todos os metaversos com ambientes diferentes”, explicou Pedro.
No momento, a Reserva vai focar seus esforços na coleção de NFTs atual e em futuras, que podem conter imagens de tênis e outras peças da marca, com diferentes benefícios pensados pela públicos diferentes, mas mantendo a visão de conexão com o cliente. “Vamos analisar o desejo e a recompra (da coleção atual), e vamos calibrar a segunda coleção, com uma tiragem um pouco maior, para eventualmente saciar um desejo de compras muito grande, que pode acontecer na primeira tiragem”, comentou o executivo.
A venda primária vai acontecer pelo site da ReservaX e a janela de reivindicação para os benefícios deve ser de mais de 30 dias, estimulando o comprador a não vender o token para poder aproveitar os seus benefícios.
Sobre o futuro da moda no ambiente virtual, Pedro finalizou: “A grande maioria das marcas de moda tem um interesse nisso, e pelo o que conversamos com as outras marcas (do grupo Arezzo & Co), esse entusiamo existe. Então, acho que veremos mais algumas marcas caminhando pra isso”.
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