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Reservas de mineradores de bitcoin atingem menor valor desde 2021, com halving no radar

Empresa de análise aponta que mineradores apresentaram uma mudança de comportamento em relação aos halvings anteriores

Bitcoin disparou mais de 60% nos primeiros meses de 2024 (Bloomberg/Getty Images)

Bitcoin disparou mais de 60% nos primeiros meses de 2024 (Bloomberg/Getty Images)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 11 de abril de 2024 às 17h21.

Um relatório divulgado nesta semana pela empresa de análise Wintermute identificou uma mudança de comportamento entre os mineradores de bitcoin. Dados da companhia apontam que as reservas desses mineradores na criptomoeda chegaram ao menor valor desde 2021, divergindo de estratégias anteriores adotadas em períodos anteriores a halvings.

Os analistas da Wintermute apontam que, apenas entre novembro de 2023 e abril de 2024, os mineradores venderam 27 mil unidades da criptomoeda, equivalentes a mais de US$ 1,9 bilhão. O movimento chamou a atenção principalmente por ter ocorrido antes do halving de 2024, esperado para o dia 20 de abril.

Segundo a Wintermute, o movimento contrastou com a estratégia adotada no halving anterior, de 2020: nos meses anteriores ao evento, os mineradores acumularam, e não venderam, 25 mil unidades de bitcoin. Para a empresa, a mudança ocorreu devido à disparada do preço da criptomoeda antes do halving, resultado do bom desempenho dos novos ETFs de bitcoin nos Estados Unidos.

A visão da empresa é que a disparada abriu margem para os mineradores realizarem lucros antes do halving. Ao mesmo tempo, ela pontua que a chamada taxa de hash da rede da criptomoeda seguem em crescimento consistente, indicando que os mineradores estão atualizando equipamentos ou ampliando suas operações para "mitigar os impactos do halving em suas receitas".

Apesar das reservas terem atingido o menor valor em três anos considerando a quantidade em bitcoins, o valor das reservas em dólar é o maior da história, na casa dos US$ 124 bilhões, mas o número reflete uma valorização no preço da criptomoeda, não uma ampliação de unidades acumuladas.

"A venda parece ser um movimento estratégico de realização de lucros e melhorias operações, resultando em uma mudança comportamental em relação ao ciclo anterior [de halving]", explica a Wintermute. A empresa avalia ainda que as vendas abrem margem para a melhoria de operações e mais investimentos, o que acaba sendo benéfico para o setor.

"Os mineradores de bitcoin estão buscando um caminho mais sustentável que o dos ciclos anteriores, investindo em atualização de equipamentos antes da antecipada tendência de alta de preço associada ao halving. Esse investimento precoce reflete uma perspectiva positiva [para o bitcoin] e uma mudança estratégica em busca de uma resiliência operacional de longo prazo", diz a empresa.

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