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Relembre 10 vezes em que o ganhador do Nobel de Economia Paul Krugman criticou o bitcoin

Economista já se referiu à principal criptomoeda do mundo como um “esquema de pirâmide” e algo “sem sentido”

Paul Krugman, professor de comércio internacional e economia da Universidade de Princeton e economista ganhador do Prêmio Nobel (Jerome Favre/Bloomberg)

Paul Krugman, professor de comércio internacional e economia da Universidade de Princeton e economista ganhador do Prêmio Nobel (Jerome Favre/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2022 às 17h07.

O bitcoin e as criptomoedas vem ganhando cada vez mais espaço nos últimos anos, desde a adoção por empresas por grandes empresas como Visa, Mastercard, PayPal, Nike, Adidas, Citigroup, BTG Pactual e Itaú até o crescimento da oferta de criptoativos e adesão por parte dos investidores.

Nomes como dos bilionários Elon Musk e Ray Dalio se tornaram famosos por serem defensores das criptomoedas, seus usos e potenciais, mas também existem aqueles que ganharam fama por criticá-las.

É o caso de Paul Krugman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2008, que já compartilhou diversas opiniões negativas sobre as criptomoedas nos últimos anos, em especial na sua coluna no jornal New York Times, um dos maiores do mundo.

(Mynt/Divulgação)

Nos textos, ele se referiu ao bitcoin como um “esquema de pirâmide”, algo “sem sentido” e um “desperdício”.

Além disso, Krugman critica a indústria de criptomoedas por ajudar na realização de crimes, complicar transições financeiras e enganar pessoas mais vulneráveis.

Relembre 10 vezes em que o economista criticou o bitcoin:

1 - "As pessoas acham que é inteligente, ou melhor, de ponta, criar uma espécie de moeda virtual cuja criação exige o desperdício de recursos reais de uma forma que Adam Smith já considerava tola e ultrapassada em 1776”, afirmou Krugman no artigo “Adam Smith odeia o bitcoin”, de 12 de abril de 2013.

2 - "Para ter sucesso, o dinheiro deve ser tanto um meio de troca quanto uma reserva de valor razoavelmente estável. E ainda não está claro por que o bitcoin deve ser uma reserva de valor estável”, opinou o economista no texto “Bitcoin é mal”, de 28 de dezembro de 2013.

3 – “O entusiasmo pelas criptomoedas parece muito estranho, porque vai exatamente na direção oposta da tendência de longo prazo. Em vez de transações quase sem atrito, temos altos custos para fazer negócios, porque a transferência de um bitcoin ou outra unidade de criptomoeda exige o fornecimento de um histórico completo de transações anteriores. Em vez de dinheiro criado pelo clique de um mouse, temos dinheiro que deve ser extraído – criado por meio de cálculos intensivos em recursos”, observou Krugman em 31 de julho de 2018, no artigo “Custos de transação e amarras: por que sou um cético sobre os criptoativos”.

4 - "Criptomoedas não têm barreiras, nem amarras, à realidade. Seu valor depende inteiramente de expectativas autorrealizáveis - o que significa que o colapso total é uma possibilidade real. Se os especuladores tivessem um momento coletivo de dúvida, de repente temendo que s bitcoin fosse inútil, bem, o bitcoin se tornaria inútil”, disse Krugman no mesmo artigo de 2018.

5 - "Pode haver um equilíbrio potencial no qual o bitcoin (embora provavelmente não outras criptomoedas) permaneça em uso principalmente para transações no mercado negro e evasão fiscal, mas esse equilíbrio, se existir, seria difícil de alcançar já que, se o sonho de um futuro do blockchain morrer, a decepção provavelmente desmoronará a coisa toda”, projetou Krugman no artigo de 2018.

6 - "Estou vendo paralelos desconfortáveis com a crise de hipotecas dos anos 2000. Não, as criptomoedas não ameaçam o sistema financeiro - os números não são grandes o suficiente para fazer isso. Mas há evidências crescentes de que os riscos das criptomoedas estão pairando desproporcionalmente em pessoas que não sabem no que estão se metendo e estão mal posicionadas para lidar com o lado negativo”, avaliou o Nobel de Economia no artigo “Como o cripto se tornou a as novas subprimes”, de 27 e janeiro de 2022.

7 – “As criptomoedas desempenham quase nenhum papel nas transações econômicas além da especulação nos próprios mercados de criptomoedas. E se sua resposta for 'dê tempo', você deve ter em mente que o bitcoin existe desde 2009, o que o torna antigo para os padrões de tecnologia. A Apple lançou o iPad em 2010”, afirmou o economista em 17 de maio de 2022, em “Criptomoedas quebrando: desta vez é diferente?".

8 - “Se você acredita, como eu, que as criptomoedas são em grande parte um esquema de pirâmide, este pode ser o momento em que o esquema ficou sem novos otários”, apontou Krugman no artigo “"Despertando: o bitcoin não deveria ser um hedge contra a inflação?", de 17 de junho de 2022.

9 - "[O investidor] Jim Chanos passou a chamar as criptomoedas de 'lixo predatório'. Bem, eu não iria tão longe. Na verdade, pensando bem, eu iria”, disse o Nobel no mesmo artigo.

10 – “A meu ver, as criptomoedas evoluíram para uma espécie de esquema de pirâmide pós-moderno. A indústria atraiu investidores com uma combinação de papo científico e discurso libertário. Ela usou parte desse fluxo de caixa para comprar a ilusão de respeitabilidade, o que atraiu ainda mais investidores. E por um tempo, mesmo que os riscos se multiplicassem, [o mercado] tornou-se, de fato, grande demais para ser regulado”, opinou em 11 de julho de 2022, no artigo "As criptomoedas estão quebrando. Onde estavam os reguladores?".

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