Preço do bitcoin cai 10% (JUN2/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 15 de julho de 2021 às 11h52.
A Financial Conduct Authority (FCA), principal autoridade financeira do Reino Unido, criou uma campanha publicitária de 11 milhões de libras (mais de 75 milhões de reais) para falar com cidadãos britânicos sobre os supostos riscos de investir em criptomoedas.
A informação foi divulgada em um discurso de Nikhil Rathi, diretor-executivo da autarquia, em um evento online realizado nesta quinta-feira, 15. Rathi afirmou que o órgão está preocupado com o aumento da adoção de investimentos em criptomoedas por públicos mais jovens.
Rathi disse que "mais pessoas estão vendo investimentos como entretenimento" e que esse comportamento pode causar prejuízos: "Essa é uma categoria de consumidores com a qual não estamos acostumados a nos envolver, pessoas entre 18 e 30 anos com maior probabilidade de serem atraídas pelas redes sociais. Por isso estamos criando uma campanha de marketing digital de 11 milhões de libras para avisá-los dos riscos".
Para ele, riscos relacionados aos investimentos em criptoativos são "gritantes" - ele também repetiu o "mantra" recente da FCA de que "quem investir em criptomoedas precisa estar preparada para perder todo o seu dinheiro". A campanha da autarquia vem na sequência de ações tomadas pela autoridade publicitária local, uma espécia de Conar britânica, que se manifestou contra os anúncios "possivelmente enganosos e socialmente irresponsáveis" ligados ao mercado cripto.
Além da campanha de alerta sobre investimentos em criptomoedas, o diretor da FCA também afirmou que a agência continuará focada em analisar minuciosamente os "modelos financeiros e de negócios" de empresas relacionadas a mercados complexos como o de criptomoedas, especialmente na área de conformidade com o combate à lavagem de dinheiro.
Apesar das restrições e preocupações do órgão, o interesse pelo mercado de criptomoedas tem aumentado rapidamente no Reino Unido. Pesquisa recente do aplicativo financeiro britânico Ziglu mostra que 39% dos entrevistados já possuem criptomoedas e, do restante, 11% pretende investir no setor nos próximos 12 meses.