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Regras do BC podem tornar operação de empresas de cripto no Brasil 'insustentável', diz OKX

À EXAME, líder da OKX no Brasil falou sobre crescimento no uso de stablecoins e propostas do Banco Central para regular segmento

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 5 de maio de 2025 às 12h02.

Última atualização em 5 de maio de 2025 às 12h13.

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As regras propostas pelo Banco Central em uma consulta pública para o uso de criptomoedas no mercado de câmbio pode tornar as operações de empresas de cripto no país "insustentáveis". É o que afirmou Guilherme Sacamone, country manager da OKX no Brasil, em entrevista à EXAME durante o Web Summit Rio 2025.

Responsável por liderar as operações brasileiras de uma das maiores exchanges do mundo, Sacamone afirma que a empresa está cooperando com o Banco Central na consulta pública sobre stablecoins e que é "muito importante ver como ela vai se desenvolver", implicando regras futuras para o setor.

As stablecoins são criptomoedas pareadas a outros ativos, em geral ao dólar, e correspondem a boa parte das movimentações de brasileiros com ativos digitais, segundo dados da Receita Federal. Recentemente, uma consulta pública do BC propôs uma série de regras para o uso desses ativos, gerando críticas no setor.

"É preciso ter um arcabouço regulatório que proteja, mas não isole, os brasileiros. [A consulta pública] tem elementos controversos, em especial a questão de autocustódia", afirma. Pela proposta, a chamada autocustódia de stablecoins por brasileiros seria proibida, impedindo a transferência desses ativos para carteiras próprias dos usuários.

Segundo Sacamone, a medida "geraria uma disrupção completa no mercado de criptomoedas no Brasil e pode tornar insustentável para as empresas de cripto manter operações no país. Por isso estamos sendo tão ativos quanto a isso. É muito bom trabalhar com o Banco Central, e a regulação exige cuidado na abordagem, se não podemos ficar isolados".

O líder da OKX no Brasil diz ainda que as stablecoins "refletem a essência do mercado de criptomoedas" e que oferecem "a forma mais democrática para as pessoas realmente se protegerem às flutuações do real em relação ao dólar. É um grande caso de uso".

Para Sacamone, é preciso garantir que o Brasil mantenha o "ambiente regulatório certo" para evitar uma perda de "negociações e impostos" atualmente movimentados por corretoras brasileiras. O risco, aponta, é que a regulação empurre investidores para empresas que atuem fora do Brasil.

Sobre os planos da OKX para o Brasil, o executivo destaca que o aplicativo da corretora tem o crescimento mais rápido do mercado de criptomoedas brasileiro, destacando uma alta, e inesperada, adoção do serviço de carteiras digitais. Por isso, os brasileiros poderão baixar, em breve, um app exclusivo para carteiras digitais. Há, ainda, o plano de trazer a ferramenta de pagamentos da exchange, a OKX Pay, para o país.

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