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Queima de tokens no blockchain Terra é aprovada e pode impulsionar LUNA

A queima marca uma das maiores destruições de tokens de primeira camada na história das criptomoedas e pode ser responsável por um aumento nos preços do criptoativo

A Terra é a quarta maior plataforma de contratos inteligentes (imaginima/Getty Images)

A Terra é a quarta maior plataforma de contratos inteligentes (imaginima/Getty Images)

Coindesk

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Publicado em 11 de novembro de 2021 às 15h24.

A comunidade por trás do protocolo do blockchain Terra aprovou na noite de terça-feira, 9, uma proposta para queimar cerca de 88,7 milhões de tokens terra (LUNA), que totalizam cerca de 4,53 bilhões de dólares no patamar de preço atual, e emitir cerca de quatro a cinco milhões de stablecoins UST, uma decisão que deve impulsionar ainda mais o projeto Terra, de acordo com analistas.

A queima será executada nas próximas duas semanas, mas uma queima inicial de 520.000 LUNA já ocorreu na noite de terça-feira, 9. No momento, a LUNA é negociada por 51 dólares, um aumento de 4,66% nas últimas 24 horas, de acordo com o TradingView e a Binance. Na última quarta-feira, 10, a criptomoeda estabeleceu um novo recorde de preço, atingindo 55 dólares.

Iniciada pelo cofundador da Terra, Do Kwon, a medida visa financiar novos serviços no ecossistema Terra, incluindo o Ozone, um protocolo de seguro que "facilita a cobertura alavancada de riscos de falha técnica" em qualquer protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) construído na Terra, de acordo com a uma publicação do próprio Kwon. Também marca uma das maiores queimas de tokens de protocolos de primeira camada na história das criptomoedas, de acordo com a conta oficial da Terra no Twitter.

“Uma grande parte da queima - 1 milhão de dólares ou mais - irá para capitalizar um novo protocolo de seguro para o ecossistema da Terra chamado Ozone”, disse Ryan Watkins, analista de research da Messari. “Esta é uma parte importante do ecossistema que deve promover mais segurança para os usuários.”

O setor de finanças descentralizadas (DeFi) tem enfrentado um número crescente de ataques cibernéticos recentemente. Dados da Rekt mostram que mais de 50 ataques no setor no valor de mais de 1 milhão de dólares ocorreram nos últimos dois anos.

O blockchain da Terra é a quarta maior plataforma de contratos inteligentes por valor total bloqueado (TVL), com 11,36 bilhões de dólares, de acordo com dados da DeFi Llama. TVL é o valor total da criptomoeda comprometido em protocolos DeFi que são construídos em um blockchain de primeira camada.

O token LUNA é parte de um sistema de balanceamento algorítmico que ajuda stablecoins em execução no blockchain Terra a manter a paridade com moedas fiduciárias.

Inicialmente, houveram algumas dúvidas entre os membros da comunidade Terra em torno da queima, evidenciadas pela página da proposta. Alguns usuários questionaram se queimar quase 89 milhões de LUNA não era demais.

Kwon, da Terra, afirmou que a proposta de queima também tinha o objetivo de reduzir a quantidade de riqueza na pool da comunidade Terra.

“No [valor de mercado totalmente diluído] da rede de quase 40 bilhões de dólares, acho que ter uma pool de comunidade muito grande é na verdade um risco sistêmico”, disse Kwon. “Acredito que os fundos comunitários deveriam ser grandes o suficiente para pagar pelos serviços públicos... Mas uma DAO [organização autônoma descentralizada] não precisa de bilhões de dólares para operar.”

Antes da atualização Columbus-5 no blockchain da Terra no final de setembro, a pool da comunidade foi configurada para receber 1 dólar em LUNA dos usuários quando a UST fosse negociada acima de 1 dólar. Em troca, os usuários receberiam 1 UST. A atualização Columbus-5 também muda o projeto para queimar LUNA: sempre que um UST é emitido, a mesma quantidade de valor em LUNA é queimado em vez de ir para a pool da comunidade.

A queima também irá beneficiar os stakers da LUNA, disse Jeremy Ong, vice-presidente de operações de negócios da Delphi Digital.

“Os stakers da LUNA têm menos competição, pois [eles] não precisam competir contra a pool da comunidade”, disse Ong.

Texto traduzido por Mariana Maria Silva e republicado com autorização da Coindesk

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