Bitcoin caiu 17% no último mês (imagem/Shutterstock)
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2022 às 16h11.
Os mercados globais têm estabilidade na última semana e operam em compasso de espera pelas atas das últimas reuniões do Fed e do Banco Central Europeu, mas no curto prazo ainda enxergamos espaço para mais valorização dos índices de ações e perda de força do dólar. O movimento técnico atual oferece suporte pras criptos, apesar do mercado ainda repercutir as notícias relacionadas à falência da FTX e seus impactos em outras empresas do ecossistema cripto.
A análise técnica do S&P 500 mostra recuperação forte do índice americano, com valorização de aproximadamente 10,50% entre outubro e novembro. O gráfico diário tem tendência de queda no médio prazo, mas faz tentativa de reversão para alta no curto prazo. A média móvel de 21 períodos cruzou a média móvel de 50 períodos, mostrando força compradora no curto prazo. O acionamento do pivô de alta com topo em 3.950,00 pode levar a uma nova pernada de alta, com objetivos em 4.150 (100% de Fibonacci) e 4.450 (161,8% de Fibonacci). A média móvel de 200 períodos em 4.060 é a principal resistência do movimento.
O DXY mostra perda de força do dólar global, com queda de 4,50% nos últimos dois meses. A desvalorização do dólar é algo positivo para as criptos, uma vez que a busca pela moeda americana representa um sentimento de aversão ao risco. A tendência de médio prazo ainda é de alta, mas no curto prazo enxergamos espaço para mais correções. Os próximos suportes ficam entre 104,000 e 105,000 (fundos anteriores e média móvel de 200 períodos).
A dinâmica atual dos mercados tradicionais pode ter contribuído para as criptos. O movimento de queda poderia ter sido pior se não fosse o sentimento de propensão ao risco dos investidores globais, que saíram do dólar e aumentaram suas alocações em renda variável.
O gráfico diário do bitcoin tem tendência de baixa no curto e médio prazo, que ganhou força após o rompimento do último fundo em US$ 17.500. Acompanhamos a lateralidade anterior para os traçados de Fibonacci, que tem projeções em US$ 15.150 (141,4%) e US$ 14.000 (161,85). A diminuição de volatilidade nos últimos dias ainda não é um sinal de reversão de tendência para alta, com o mercado em compasso de espera por novas notícias relacionadas ao caso FTX. O fluxo da principal cripto ainda é vendedor, com topos mais baixos que os anteriores e inclinação descendente das médias móveis.
A nossa expectativa é de aceleração das quedas, caso o preço perca o último fundo em US$ 15.500, podendo levar ao teste dos US$ 14.000. O cenário de melhora depende de uma combinação de absorção das notícias em relação à FTX e continuidade da alta dos índices americanos, mostrando que os investidores estão dispostos a entrar em ativos de volatilidade mais alta.
O ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, tem movimento de queda no curto prazo, com cruzamento das médias móveis de 21 e 50 períodos. Seguimos acompanhando o traçado de Fibonacci entre o fundo dos US$ 870 e topo em US$ 2.050, que nos oferece suportes e resistências razoáveis para o movimento de curto prazo. Acreditamos que o ether tem um potencial de recuperação melhor do que o bitcoin, uma vez que encontrou sustentação acima do fundo anterior em US$ 1.000 e tem uma força relativa maior.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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