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Queda do bitcoin vai continuar? Criptomoeda chega a US$ 56 mil com temores sobre Mt. Gox

Maior criptomoeda do mercado entrou em tendência de queda em meio à forte pressão vendedora entre investidores

Bitcoin voltou a cair com incertezas no mercado (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin voltou a cair com incertezas no mercado (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 5 de julho de 2024 às 12h33.

Última atualização em 5 de julho de 2024 às 14h52.

O bitcoin mantém nesta sexta-feira, 5, o seu intenso movimento de queda observado nos últimos dias. Dados da plataforma CoinGecko apontam que a criptomoeda acumula perdas de 1,6% nas últimas 24 horas, cotado em US$ 56,3 mil, no nível de preço mais baixo dos últimos quatro meses. No acumulado dos últimos sete dias, a desvalorização é de 8,8%.

A queda da maior criptomoeda do mundo reverbera em todo o setor, que acumula perdas de 3,5% apenas nas últimas 24 horas. O ether, criptomoeda da Ethereum, também tem desempenho negativo na semana, despencando 13,8% nos últimos sete dias. Atualmente, o ativo está cotado abaixo dos US$ 3 mil.

Julio Andreoni, especialista em criptoativos do Bitybank, explica que o bitcoin "já vinha enfrentando uma queda essa semana devido à pressão de venda causada pelo confisco de mais de US$ 2 bilhões em bitcoins pelo governo alemão, cerca de 50 mil unidades do ativo". As unidades começaram a ser movimentadas pelas autoridades alemãs nos últimos dias, gerando temores sobre uma possível venda.

"Recentemente, o preço do bitcoin caiu ainda mais, atingindo menos de US$53 mil, seu nível mais baixo desde fevereiro, quebrando um suporte importante. A Mt. Gox, uma exchange falida, moveu 47.228 bitcoins, US$2,71 bilhões, para uma nova carteira, gerando preocupações no mercado", comenta.

Nesta sexta-feira, a corretora deu início ao seu programa de ressarcimento de clientes, que deverá se estender pelos próximos 90 dias. Ao todo, a exchange precisará transferir cerca de US$ 9 bilhões para esses investidores, que aguardam os pagamentos desde 2014, quando a falência foi decretada.

Andreoni avalia que "o mercado está em queda porque muitos temem que os credores vendam imediatamente esses ativos, aumentando a pressão de venda. Em 2014, quando a Mt. Gox foi hackeada, o bitcoin estava a US$600. Hoje, está em torno de US$55 mil".

"Com a liquidez baixa, o mercado pode ter dificuldades para absorver esse volume, resultando em mais quedas devido à especulação dos investidores. Então vemos que esses movimentos de pressão podem aumentar ainda mais, possivelmente caindo abaixo dos US$ 50 mil", projeta.

Mesmo com a queda, especialistas acreditam que a tendência para a criptomoeda ainda é de alta no médio e longo prazo. Lucas Josa, analista da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual, avalia que a queda tende a continuar nos próximos dias, criando oportunidades de compra, em especial nos patamares de US$ 48 mil, US$ 52 mil e US$ 55 mil.

Josa aponta que "apesar do momento de atenção no mercado cripto, ao olharmos de uma forma mais ampla para o cenário macro, é possível enxergar que a curva de juros dos EUA começa a precificar 2 cortes na taxa de juros do país até o fim do ano, que poderia atuar como um catalisador de alta para ativos de risco".

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