Hacker já roubou cerca de 228 mil ethers que estavam sob custódia da FTX (dulezidar/Getty Images)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 23 de novembro de 2022 às 10h35.
James Bromley, sócio do escritório de advocacia Sullivan & Cromwell, que representa a FTX em seu processo de falência nos Estados Unidos, disse que os ativos da empresa continuam sob risco de ataques cibernéticos.
Em uma transmissão ao vivo do processo de falência, Bromley comentou que o novo CEO da FTX, John Ray III, apresentou as principais metas destinadas a manter a empresa, os funcionários restantes e os fundos durante o controverso e público colapso da exchange.
De acordo com o co-conselheiro da corretora de criptoativos, um grupo central de funcionários continuou a trabalhar na exchange para garantir que os ativos estejam seguros e os registros mantidos, mas hackers representam uma ameaça desde 11 de novembro, quando a empresa entrou com um pedido de falência.
“Não estamos falando apenas de criptoativos, ativos em dinheiro ou ativos físicos – também estamos falando de informações, e as informações aqui são um ativo”, disse Bromley. “Infelizmente, [...] uma quantidade substancial de ativos foi roubada ou está faltando. Estamos sofrendo ataques cibernéticos, tanto na data da petição quanto nos dias seguintes, e, como mencionei anteriormente, contratamos especialistas sofisticados para nos proteger contra os hacks, mas eles continuam".
O advogado disse que a FTX conta com a ajuda de várias empresas jurídicas, de segurança cibernética e de análise de blockchain como parte do processo, incluindo a Chainalysis - que já forneceu informações relevantes para casos de execução relacionados a criptoativos por agências governamentais dos Estados Unidos.
Bromley acrescentou que havia outra empresa de segurança cibernética envolvida no caso, mas destacou que não revelaria sua identidade devido a preocupações de que os hackers se beneficiariam com as informações.
Um ator desconhecido já removeu 228.523 ethers da FTX em meio ao colapso e falência da exchange, convertendo posteriormente parte dos fundos em bitcoin. Em 21 de novembro, o invasor havia movimentado cerca de US$ 200 milhões em ether para 12 endereços de carteiras diferentes.
A reorganização no nível de liderança também foi um objetivo prioritário para a FTX sob Ray, que criticou os comentários públicos do ex-CEO Sam Bankman-Fried sobre o desastre. Bromley acrescentou que, sob Bankman-Fried, a exchange estava “no controle de um pequeno grupo de indivíduos inexperientes e pouco sofisticados”, alguns ou todos os quais podem ter sido comprometidos".
“Ao mesmo tempo da corrida para retirada de investimentos, houve uma crise de liderança [na FTX]. As empresas eram controladas por um grupo muito pequeno de pessoas lideradas por Sam Bankman-Fried. Durante a onda de pedidos de retirada, a liderança do Sr. Bankman-Fried se desgastou, e isso levou a renúncias em todos os escalões", explicou o advogado.
A audiência transmitida ao vivo foi a primeira disponível ao público desde o pedido de falência da FTX em 11 de novembro, mas novas informações sobre o colapso da empresa continuam sendo divulgadas por meio de documentos judiciais e meios de comunicação.
Bankman-Fried, seus familiares e outros executivos de alto nível da FTX supostamente compraram várias propriedades nas Bahamas no valor de mais de US$ 121 milhões. Bromley disse no tribunal que uma entidade associada à Alameda Research comprou cerca de US$ 300 milhões em imóveis no país, mas não nomeou explicitamente o ex-CEO da FTX.
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