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Qual será o futuro das stablecoins? Líderes do mercado cripto dizem o que esperar

Durante o evento Especial Dólar Digital, executivos das principais empresas do mercado brasileiro de criptomoedas falaram sobre a evolução das stablecoins

Dólar Digital: evento discutiu futuro das stablecoins e casos de uso (Heitor Pinheiro/EXAME/Exame)

Dólar Digital: evento discutiu futuro das stablecoins e casos de uso (Heitor Pinheiro/EXAME/Exame)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 30 de outubro de 2025 às 12h00.

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Qual será o futuro das stablecoins e dos seus casos de uso? Essa foi a pergunta central que guiou os debates do painel "Stablecoins: o killer app de cripto?" durante o evento Especial Dólar Digital na última quarta-feira, 22. O painel reuniu executivos das principais empresas do mercado brasileiro e internacional das criptomoedas.

Com mediação da jornalista Claudia Mancini, o painel contou com a presença de Guilherme Sacamone, CEO da OKX Brasil, Fabio Plein, diretor regional para as Américas da Coinbase, Bárbara Espir, country manager da Bitso Brasil, e Charles Aboulafia, CEO do Grupo Cainvest.

O passado e o futuro das stablecoins

Guilherme Sacamone destacou em sua fala as diversas vantagens das stablecoins — criptomoedas pareadas a outros ativos — na comparação com métodos tradicionais para operações financeiras internacionais. "Enquanto a gente consegue fazer uma movimentação 24x7 [com stablecoins], com o Swift pode levar de um a sete dias, e depende muito dos horários bancários de cada país".

Ele avalia que "tem dois clusters de empresas e pessoas que já estão surfando isso muito bem, que são as instituições devido ao ganho de eficiência, principalmente pagamentos transfronteiriços, e o mercado cripto tradicional como um todo. Hoje, o mercado cripto se baseia muito no movimento de stablecoins, porém o varejo tradicional ele ainda não está surfando essa onda".

"Hoje, o brasileiro médio que está preocupado com o país e quer ir para a Disney no fim do ano vai na casa de câmbio e compra o dólar", diz. Sacamone considera ainda que o mercado cripto "ainda não conseguiu fazer uma boa construção de produto onde a gente tem a stablecoin", o que ainda limita a adoção do ativo.

Já Charles Aboulafia avalia que as stablecoins contam com diversos casos de uso potenciais, mas um dos mais comuns é como provedor de liquidez no mercado financeiro. Ele considera ainda que o crescimento dessas criptomoedas não representa uma ameaça para o bitcoin.

"Um investidor de bitcoin tem alguns objetivos. Não é transferir dinheiro para pagar uma mercadoria, óbvio. O que temos escutado é que o mundo está inflacionário. E ouvimos que o bitcoin é um ativo deflacionário, um dos únicos do mundo. Ele é fácil de transferir, ele é o novo ouro. O fato dele ter um objetivo diferente de uma stablecoin, obviamente mostra que ele não concorre", diz.

Para Fabio Plein, as stablecoins passam por um "momento iPhone de adoção e de crescimento, o que faz com que a gente também como empresa a gente acabe promovendo novos casos de uso. A stablecoin é uma infraestrutura blockchain, então consegue destravar a adoção e tem mais eficiência na movimentação de dólar".

Plein divide os clientes da Coinbase em quatro grupos: investidores de varejo, institucionais, os usuários do blockchain Base e os usuários de stablecoins. "Essa parte de pagamentos e de stablecoin se tornou agora um grupo de produto separado dentro da nossa empresa, e por isso a gente está promovendo cada vez mais, entendendo que é o momento de investir nisso como uma nova infraestrutura global de pagamentos".

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Bárbara Espir, da Bitso, pontua que o objetivo da empresa tem sido "pulverizar as stabelcoins para torná-la parte do mainstream". "Isso é uma coisa que a gente espera de todos nós do mercado, a gente já conversa muito aqui, todos nós temos a expectativa regulatória e a expectativa que a stablecoin se torne cada vez mais mainstream".

"A gente tem visto que quanto mais casos de uso, quanto mais produtos a gente coloca na nossa plataforma, a gente vai tendo diferentes perfis ideais de clientes para caso um deles", destacou.

Novos produtos e usos

Sacamone, da OKX, destacou o movimento da corretora de criptomoedas de lançar o OKX Pay, novo produto que permitirá "poupar com stablecoins, transferir stablecoins e utilizar stablecoins por meio de um cartão". Ele pontua que o esforço da empresa tem sido de criar casos de uso em que a própria ideia de uma stablecoin seja secundária.

"Talvez haja um futuro onde a usabilidade de stablecoin seja tão grande que o nome stablecoin ou cripto se torne irrelevante. Ela seja apenas como uma rede embaixo de uma solução de pagamento, onde o usuário saia de um
Pix, carregue uma carteira com stablecoins e sinta como se ele tivesse utilizando o tradicional", comenta.

"Acho que stablecoin, eventualmente esse nome pode se tornar esquecido porque ele vai ficar irrelevante. As pessoas não precisam saber que elas estão utilizando stablecoin. Ela só tem tecnologia que permite ela fazer o que ela quiser sem fronteiras", avalia Sacamone.

Para Aboulafia, "não adianta você ter um mega produto que, na verdade, não afeta nada na sua vida. Então, claramente, onde a gente sabe que vamos ter muito sucesso, é que realmente a stablecoin é muito útil, ela é rápida, ela abaixa o custo de transação, ela abaixa o capital necessário".

Espir pontua que o avanço das stablecoins deverá ser benéfico para a indústria das criptomoedas como um todo. "Todo mundo quer ter um negócio mais estável, trazer mais estabilidade pra indústria, trazer mais estabilidade para cada uma das empresas, para os nossos shareholders e também para o mercado de uma maneira geral. Então, eu acho que stablecoin traz isso porque é um caso de uso constante".

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