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Proteção contra a inflação: prefeitura do Rio explica alocação em bitcoin

Secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação da prefeitura do Rio de Janeiro destaca uso de criptomoedas para manutenção do poder de compra e anuncia planos para a criação de um criptoativo da cidade

Além desses planos, a cidade pretende oferecer descontos para pagamentos de impostos realizados com bitcoin (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

Além desses planos, a cidade pretende oferecer descontos para pagamentos de impostos realizados com bitcoin (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)

Coindesk

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Publicado em 27 de janeiro de 2022 às 16h21.

Investindo 1% do tesouro da cidade em cripto, o Rio de Janeiro pretende se tornar um hub global de criptomoedas e diminuir a desconfiança local com os ativos digitais, disse o secretário do desenvolvimento econômico da cidade a CoinDesk TV nessa quinta, 27.

“Sabemos que o bitcoin é volátil e que algumas pessoas nos criticam por isso, mas é o futuro, e o Rio quer ser uma referência para o mundo como uma cidade que abraça as criptomoedas, assim como Miami ou Zug, na Suíça”, disse Francisco Bulhões, Secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação da prefeitura do Rio de Janeiro.

De acordo com ele, a população local tem receio das criptomoedas, especialmente depois que a polícia descobriu um esquema de pirâmide envolvendo a classe de ativos em Cabo Frio e em outras cidades próximas ao Rio de Janeiro.

“Isso atrapalhou um pouco a credibilidade dos criptoativos com a população, que ainda não está acostumada”, disse Bulhões, acrescentando que a cidade é sede para diversas empresas cripto, como as gestoras Hashdex e Transfero.

De acordo com Bulhões, o anúncio do tesouro gerou grande entusiasmo entre a população. “De repente, a cidade ficou muito animada sobre o tema. Toda a imprensa da América Latina e do Brasil queria saber mais e entender o que estávamos fazendo. Também houve a sensação de que o Rio de Janeiro estava de volta”, ele acrescentou.

O uso de cripto pode ajudar a população a se proteger da inflação, disse o secretário, adicionando que, apesar da volatilidade, a natureza deflacionária de alguns ativos digitais pode ser benéfica em meio a um cenário de aumento de preços e ter um importante papel na redução da desigualdade no país.

“Os últimos quatro anos foram difíceis no Brasil quando se fala de inflação. Sabemos que alguns criptoativos são deflacionários e podem ser usados para não perder poder de compra. Isso deixou as pessoas interessadas na possibilidade de ter uma alternativa aos bancos centrais e mais possibilidade de lutar contra a desigualdade,” adicionou.

Segundo Bulhões, a ação do Rio de Janeiro de abraçar cripto foi mais inspirada por Miami do que por El Salvador, que se tornou o primeiro país a tornar o bitcoin moeda legal no ano passado.

“Acreditamos que somos parecidos com Miami. Temos as praias, um bom lugar para se viver e a criatividade,” disse o secretário.

No dia 14 de janeiro, Eduardo Paes, o prefeito do Rio, anunciou os planos da cidade de alocar 1% do tesouro da segunda maior cidade do país em criptoativos. A cidade também planeja lançar sua própria moeda digital, o Cripto Rio, e criar uma área especial com incentivos nos impostos que atraiam empresas de tecnologia.

Além desses planos, a cidade pretende oferecer descontos para pagamentos de impostos realizados com bitcoin, o secretário de finanças do Rio, Pedro Paulo disse em janeiro, acrescentando que a administração precisa estudar as questões legais em relação ao tema.

O governo do Rio de Janeiro também criou um grupo especial para propor ações relacionadas ao desenvolvimento de cripto na cidade. É planejado que os resultados desse grupo sejam lançados nos próximos três meses.

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