Repórter do Future of Money
Publicado em 30 de outubro de 2024 às 10h30.
O projeto World Liberty Financial, que é apoiado por Donald Trump, avalia lançar uma stablecoin própria. A ideia é ter uma criptomoeda pareada ao dólar, segundo o site Decrypt. No momento, porém, o ativo ainda está em desenvolvimento e poderá demorar "algum tempo" para ser lançado.
Os responsáveis pelo projeto não confirmaram a informação, obtida pelo site a partir de pessoas "familiares com o assunto", mas recentemente o World Liberty Financial anunciou a contratação de um executivo para a área de "Pagamentos e Stablecoins", reforçando as especulações.
O movimento também representa um desafio para o projeto, já que o segmento de stablecoins já conta com diversas criptomoedas pareadas ao dólar e é concentrado principalmente na USDT - da Tether - e na USDC - da Circle -, com uma grande barreira para expansão de usuários.
Além disso, ainda não há uma clareza regulatória nos Estados Unidos sobre as stablecoins. A expectativa é que o Congresso do país possa aprovar um projeto de lei específico sobre esses ativos no próximo ano, com uma regulação mais amigável ao setor sendo mais provável caso Donald Trump saia vitorioso nas eleições neste ano.
O World Liberty Financial já comentou que quer aproveitar a marca pessoal de Trump para se tornar a principal porta de entrada dos investidores para o mundo de finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) e de negociação de criptoativos.
Anteriormente, os responsáveis pelo projeto afirmaram que buscam "fazer com as criptos e os Estados Unidos sejam grandes novamente ao impulsionar a adoção em assa de stablecoins e de finanças descentralizadas", convergindo com a ideia de lançar uma stablecoin própria.
Ainda em outubro, o World Liberty Financial lançou no mercado a sua critpomoeda própria, a WLFI, que atraiu cerca de US$ 14 milhões em investimentos. Porém, o valor ficou muito aquém do projetado pela iniciativa, que indicava que poderia atrair até US$ 300 milhões em compras.
O lançamento chegou a ser intensamente promovido por Trump e por seus três filhos, que são listados como embaixadores do projeto, mas uma combinação de problemas técnicos, limitação de investidores possíveis e a proibição de venda dos ativos por 12 meses acabou afastando o mercado.
A empresa de análises Nansen afirmou que foi "surpreendente" que a estreia do ativo tenha ficado "tão abaixo das expectativas" devido à ligação de Trump, mas que o caso "pode sugerir que o público principal de Trump não está tão envolvido com as criptomoedas quanto esperado".