Future of Money

Presidente do Fed: não temos intenção de banir as criptomoedas nos EUA

Jerome Powell afirmou que suas falas anteriores sobre o assunto foram mal interpretadas, e que dólar digital não ameaçaria criptomoedas privadas e stablecoins

Havia a especulação de que os EUA seguissem os passos da China (Kevin Lamarque/Reuters)

Havia a especulação de que os EUA seguissem os passos da China (Kevin Lamarque/Reuters)

Coindesk

Coindesk

Publicado em 1 de outubro de 2021 às 12h15.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), sistema de bancos centrais dos EUA, afirmou que a autarquia não tem a intenção de banir as criptomoedas, mas disse que as stablecoins precisam de maior fiscalização regulatória, em uma reunião do Comitê da Casa de Serviços Financeiros na última quinta-feira, 30.

A reunião, que teve duração de duas horas, serviu como um fórum para perguntas à Secretária Janet Yellen e Jerome Powell sobre a resposta da Tesouraria e do Federal Reserve ao contexto de pandemia e contou com diversas perguntas sobre criptomoedas.

O republicano Ted Budd, antigo defensor das criptomoedas e um membro da Convenção Parlamentar do Blockchain, pediu que Powell esclarecesse comunicados que havia dado durante uma audiência em Julho, onde afirmou que uma moeda digital de banco central (CBDC) norte-americana poderia reduzir a necessidade por criptomoedas privadas e stablecoins.

Quando Budd o perguntou diretamente se tinha a intenção de “banir ou limitar o uso de criptomoedas”, Powell respondeu com um sonoro “Não”.

“Eu não tenho nenhuma intenção de baní-las”, disse Powell.

As falas de Powell ocorreram apenas dois dias após o mesmo ter solicitado ao Congresso pelo suporte legislativo e de consultoria para o desenvolvimento do dólar digital. Algumas pessoas na comunidade cripto especularam que a implementação de uma CBDC norte-americana levaria ao banimento das criptomoedas privadas, como ocorreu recentemente na China, mas as falas de Powell sugerem o contrário.

Quando perguntado sobre as stablecoins, Powell as comparou com fundos do mercado monetário ou depósitos de banco.

“Elas estão, de certa forma, fora do perímetro regulatório, e seria apropriado regulá-las. Mesma atividade, mesma regulação”, disse Powell.

O republicano Warren Davidson, também membro da Convenção Parlamentar do Blockchain, destacou a falta de clareza regulatória que cerca os ativos digitais, e pediu para que Yellen definisse os ativos digitais para propósitos de contabilidade fiscal.

Yellen fugiu da questão, dizendo que o Serviço Interno de Receita (IRS) estava no processo de emissão de “regulamentações detalhadas que irão responder à pergunta”. Esse é um dos vários relatórios que a Tesouraria dos EUA prometeu nos últimos meses, incluindo o tão aguardado relatório sobre stablecoins, com lançamento agendado para as próximas semanas.

Preocupações com a privacidade

O problema da privacidade financeira também foi um dos temas da audiência desta última quinta-feira, 30, com três representantes – os republicanos David Kustoff, Trey Hollingsworth e William Timmons – apresentando suas preocupações quanto às ações do IRS para aprovar novas regulamentações exigindo que bancos reportem seus fluxos de entrada e saída anuais, de todas as contas com mais de 600 dólares.

Yellen confirmou os planos do IRS, dizendo que foi necessário endereçar uma estimativa de 7 trilhões de dólares em taxas.

“Sim, nós propomos o aumento dos recursos do IRS... para que eles tenham conhecimento de fontes obscuras de renda”.

Texto traduzido e republicado com autorização da Coindesk

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube

Acompanhe tudo sobre:BlockchainCriptoativosCriptomoedasEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemFinançasMercado financeiroPartido Republicano (EUA)

Mais de Future of Money

Iniciante em cripto? 5 passos para começar com o pé direito

Banco Central anuncia 2ª fase de consulta pública para regulamentação de criptomoedas no Brasil

Começa em SP o maior evento brasileiro de bitcoin: conheça a Satsconf

ETF de bitcoin da BlackRock ultrapassa o de ouro em ativos sob gestão meses após lançamento